A Retórica da Memória Histórica na Obra de Seomara da Veiga Ferreira

Texto de João Miguel Carneiro dos Santos – Doutorando em Estudos Literários, Culturais e Interartísticos (Universidade do Porto).

A autora

Seomara da Veiga Ferreira nasceu em Lisboa, em março de 1942. Em 1969, licenciou-se em Ciências Históricas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa com uma tese intitulada Marcas de Oleiro em Território Português. Filha do arqueólogo Octávio da Veiga Ferreira (1917-1997), desde cedo a Arqueologia e a História foram alimentando o seu percurso académico, de tal modo que nunca mais as abandonou. Manifesta, ainda hoje, uma predileção pela civilização egípcia e sobretudo pelo império romano, chegando a afirmar, numa entrevista televisiva, que persegue, ela própria, o preceito da Fides, Nobis, Aequanimitas e se sente uma cidadã romana[1].

A par do seu trabalho dedicado ao ensino e à investigação, colaborou entre a década de 70 e 80 em diversos números da revista Arqueologia, dos Cadernos F.A.J.O e n’O Arqueólogo Português, no Arquivo de Beja. Em 1970, deu ao prelo um livro dedicado ao estudo da etnografia de Idanha-a-Velha, fruto da sua investigação nesta localidade. Seguidamente, em abril de 85, publicou um ensaio sobre o fenómeno das aparições em Portugal, intitulado As aparições em Portugal dos séculos XIV a XX. Os emissários do desconhecido, pela editora Relógio d’Água.

Escritora multifacetada, Seomara veio depois a dedicar-se à publicação literária, redigindo um conjunto de romances históricos, tendo publicado, em 1993, Memórias de Agripina, em 1995, Crónica Esquecida d’El Rei D. João II, seguindo-se, em 1998, Leonor Teles ou o Canto da Salamandra e, em 2002, António Vieira – O Fogo e a Rosa. O último que publicou, já em 2007, intitula-se Inês de Castro – A Estalagem dos Assombros. Todos estes romances estão publicados pela Editorial Presença.

Nos anos de publicação dos seus dois primeiros romances, foi distinguida, respetivamente, com a atribuição do Prémio Eça de Queiroz e com o Prémio Máxima de Literatura, tendo sido condecorada por duas vezes com o primeiro dos prémios. Já em 2008, dá à estampa um (e único) livro de poesia, editado pela Labirinto, que tem como título Ciclo de Criação Imperfeita. Importa ainda referir que, à exceção da sua produção romanesca, o acesso às suas outras publicações apenas é possível através de consulta numa biblioteca ou num alfarrabista.

A obra

A obra romanesca de Seomara da Veiga Ferreira constitui, a nosso ver, um conjunto ficcional inovador, desde logo pelo facto de, sendo formada exclusivamente por romances históricos, conter um conjunto relevante de reflexões sobre a memória histórica e o modo como a literatura se pode apropriar dessas reflexões para evidenciar a reescrita da História pela Literatura, por um lado. E, por outro lado, pela forma como o discurso ficcional se encontra próximo do discurso histórico, sobretudo quando entendido o contexto do género do romance histórico. Ao compararmos as estratégias retóricas dos documentos históricos e a sua forma de construção de uma «memória histórica», não podemos deixar de ser sensíveis à sua presença nos romances de Seomara da Veiga Ferreira.

No que respeita ao estado da arte importa referir que, das várias leituras que fizemos até ao momento, não encontrámos uma significativa atenção à obra romanesca da autora, tanto no que diz respeito ao estudo académico da sua obra, como também sobre a perspetiva retórica que ela nos oferece, facto esse que nos preocupa.[2]

Daqui em diante, falaremos primeiro da tutelar figura de Aristóteles, já que podemos afirmar que ele é o responsável pela dicotomia Poesia vs História que tantas vezes foi mencionada como argumento para uma separação clara entre Poesia e História, que afinal pode estar subjacente a uma leitura feita, de modo geral, às obras de literatura, incluindo romances históricos, como os da autora em apreço:

«Assim como nas outras artes imitativas a um só objeto, corresponde uma só imitação, também o enredo, como a imitação que é de uma ação, deve ser a imitação de uma ação una, que seja um todo, e que as partes dos acontecimentos se estruturem de tal modo que, ao deslocar-se ou suprimir-se uma parte, o todo fique alterado e desordenado. Realmente aquilo cuja presença ou ausência passa despercebida não é parte de um todo. Pelo exposto se torna óbvio que a função do poeta não é contar o que aconteceu mas aquilo que poderia acontecer, de acordo com o princípio da verosimilhança e da necessidade. O historiador e o poeta não diferem pelo facto de um escrever em prosa e o outro em verso (se tivéssemos posto em verso a obra de Heródoto, com verso ou sem verso ela não perderia absolutamente nada o seu carácter de História)» (2008: 54).

Nesta sequência, e já na década de 60 do século XX, num ensaio intitulado «L’Effet de Réel», Roland Barthes realçava ainda que:

«Dès l’ Antiquité, le «réel» était du côté de l’Histoire; mais c’était pour mieux s’opposer au vraisemblable, c’est-à-dire à l’ordre même du récit (de l’imitation ou «poésie»). Toute la culture classique a vécu pendant des siècles sur l’idée que le réel ne pouvait en rien contaminer le vraisemblable.» (1968: 88).

Ora, pelo que vemos, o romance histórico parece diluir-se nessa procura pelo real, o mesmo sucedendo ao discurso sobre a História elaborado, sobretudo ao longo dos séculos XX e XXI, pelos historiadores. Na nossa leitura, Paul Veyne talvez tenha sido o historiador que, de forma mais explícita, o formulou. Por exemplo, quando este declara que «A história é uma narrativa de acontecimentos verdadeiros. Nos termos desta definição, um facto deve preencher uma só condição para ter a dignidade da história: ter acontecido realmente. Admiremos a simplicidade enganadora desta definição, na qual se manifesta o génio que tinha o aristotelismo de se aperceber do essencial e das evidências que não se vêem» (2008:20). De modo ainda mais específico, o historiador defende que:

«O abismo que separa a historiografia antiga, com a sua ótica estritamente política, da nossa história económica e social é enorme; mas não é maior do que aquela que separa a história de hoje do que ela poderá ser amanhã. Um meio de nos apercebermos disso é tentar escrever um romance histórico, do mesmo modo que a melhor maneira de pôr à prova uma gramática descritiva é fazê-la funcionar em sentido contrário numa máquina de traduzir. À nossa conceptualização do passado é tão reduzida e sumária que o romance histórico melhor documentado soa a falso a partir do momento em que as personagens abrem a boca ou fazem um gesto» (Ibid.: 34)

Há, pois, para nós, a necessidade de se reler o romance histórico neste novo contexto que, a nosso ver, é ainda uma preocupação que a Literatura, cronologicamente, e já desde o século XIX, antecipou em relação à História. O discurso histórico, assim como o discurso literário do romance histórico, permite até, se os virmos do ponto de vista retórico, evidenciar argumentos de tipo lógico (designados na retórica aristotélica por logos), emotivo (designados na retórica aristotélica por pathos) e de construção de autoridade (que a retórica aristotélica designa por ethos).

É muito relevante referir que, no caso de Seomara, ela oferece-nos leituras muito particulares sobre a noção da História dita oficial, de tal modo que o seu conjunto ficcional confronta continuadamente o leitor com distintos mecanismos retóricos que servem a construção de uma memória histórica literariamente subvertida. Estes mecanismos Incitam o leitor a confrontar-se com os conceitos de “verdade” e de “memória”, os quais são, desde logo, confundidos pela ficção da História. Esta subversão ficcional da memória histórica é conseguida, por Seomara, através da construção de «autobiografias fictícias»[3] e de uma «biografia de personagens referenciais»[4] (cf. Marinho, 1999).

Sempre sob uma focalização interna, em todos os textos estamos perante narradores cuja visão do seu passado individual e coletivo[5] que será, por um lado, sempre múltipla e, por outro, estará sempre limitada à sua memória, muitas vezes já debilitada. Assim mesmo, acreditamos que importa muito a esta autora-historiadora poder «também reequacionar o conhecimento do passado, reelaborá-lo à luz do privado em detrimento do público, ou do privado enquanto atualização necessária de modos e de eventos desprovidos de significação absoluta, carentes sempres de relativizações fundamentais e imprescindíveis.” (Marinho, 2019: 118).

Ainda que por ora não possamos alargar-nos em explicações mais detalhadas, importa-nos salientar que a deslocação da “memória histórica” para o relato ficcional, que a subverte, trará sempre consigo a “dúvida”, o “mito”, a “verdade conveniente”, a “falsificação da imagem”, a “simulação do esquecimento”[6]. E é tudo isto que nos incita a asseverar que a ficção de Seomara é realmente inovadora no panorama da literatura pós-moderna nacional.

Deixamos infra alguns excertos representativos da praxis da autora nas obras que mencionámos.

Memórias de Agripina (1993)

«É estranho como agora recordo tudo tão claramente! Se eu tivesse tempo de escrever o que relembro nestas últimas horas de vida eu sentiria certamente nas folhas escurecidas pela tinta um sussurrar do espírito, o palpitar macio e quente da carne, porque há livros assim.» (Ferreira, 2007: 25)

«Ele [Ovídio] soube da tentativa de golpe que se orquestrara em casa da minha tia para liquidar Tibério e impor Augusto Agripa Póstumo como futuro imperador, teve conhecimento dos pormenores da conspiração e não avisou Lívia? Ou teria simplesmente pretendido desconhecer, ele o poeta adverso às ambições políticas… ou teria segredado alguma palavra não intencional à mulher que correra a alertar Lívia? Duvido.» (ibidem: 44.)

«A veracidade histórica seria reposta, a herança de Augusto respeitada, o seu testamento cumprido. Do terraço do Palatino observei a meus pés o centro do mundo, a Urbe das sete colinas sagradas, o símbolo esculpido a pedra da grandeza do Império, a alma mater do Povo Romano. Eu pisava o solo onde se refugiara a loba que aleitara os dois gémeos gerados por Marte. Eu assumira também, em consciência, parte desse destino e, quando a XI das Calendas de Maio, celebrássemos as festas do nascimento da pátria, eu seria a mãe do novo Romulus, a reencarnação da loba e, tal como ela, participaria da autoridade tutelar que permitiria arquitectar as etapas do novo século e da nova Paz Augusta. A promessa a mim própria, durante a viagem com Julilla para o exílio, cumprira-se.» (ibidem: 278)

Crónica Esquecida d’El Rei D. João II (1995)

«A Rainha [D. Leonor] partira na absoluta penúria. Nunca se soube, nem ela, o que aconteceu ao dinheiro e jóias que tivera antes a ideia de enviar à irmã e aos irmãos, embora os cronistas não o refiram (e quantas vezes ouvi falar sobre o assunto!), e isso chocou algumas pessoas.» (2002: 36)

«Sei que o Pina o repete e se limitou a repetir o que lhe mandaram dizer, mas a verdade é que El Rei era muito miúdo para requerer o que quer que fosse.» (ibidem: 38)

«Depois D. Pedro [Regente de Portugal] cometeu outro erro – ou não seria? Em política existem momentos em que se joga tudo por tudo.» (ibidem: 41)

«Quando agora penso nisso sorrio à minha ingénua vontade de querer deixar uma obra para a posterioridade. Quantos milhões de livros se perderam no mundo, quantas verdades se escreveram e ninguém as conheceu ou mereceram ser conhecidas? Isto que escrevo agora, esta crónica, por exemplo: tudo é relativo. Se ninguém a ler não tem importância. Este livro será escrito e conterá a sua verdade. […] Alguém, depois de mim, virá e escreverá outra verdade que, talvez, com o fluir do tempo e a sabedoria que contiver, acabe por ser mais perfeita do que a minha.» (ibidem: 313)

Leonor Teles ou o Canto da Salamandra (1998)

«Há momentos especiais da nossa memória que, despertos, são um livro, uma vida. E chegam a ser tão fortes, perfeitos e poderosos que acabam por criar um tempo próprio, libertos de nós, como se não nos pertencessem.» (Ferreira, 1999: 13).

«Ah, frei Juan! Como é a nossa memória! Serve-se de mil subterfúgios para alcançar o cerne das recordações!» (ibidem: 90)

«Recordo-me de uma história que me relataram, e que se passou na altura em que ia eu a caminho de Elvas, então para casar minha filha, quando alguém fizera saber a meu marido que o conde era meu amante e, se desejasse, que o vingariam e que Fernando pensou no Mestre de Avis para cumprir o acto, mas que, por outro lado, lhe tinham feito compreender que isso seria perigoso porque o Mestre tinha ambições políticas e, um dia, desejaria reinar, etc., etc. Vede bem como a intriga era arquitectada há tanto tempo! Só que meu marido nunca acreditou nela.» (ibidem: 237)

Inês de Castro A estalagem dos assombros (2007)

«Dividi-me em duas – eu e a Rainha – para falar comigo, para falarmos uma com a outra e compreender as recordações, as imagens, os factos que me chegam à memória como relâmpagos de outro e diamante […] A memória é uma doença também, pois vai crescendo mesmo contra nossa vontade.» (2007:15)

«Sabeis qual a sua [de Álvaro Gonçalves] divisa? A Lei serve o cidadão. Foi aos Romanos buscar o latim que não me recordo dizer. Esperai. Já sei. A minha cabeça… LEX CIVIUM DUX. É isso. Nunca gostei daquele homem.» (ibidem: 45)

«Terminara a noite dos escorpiões e o novo dia abria-se em luz baça que iria iluminar o lajedo do chão em lágrimas e sangue. Disse noite dos escorpiões porque existe uma lenda sobre isso […] Diz-se que esses animais são tão cruéis que até comem a mãe à luz da Lua Cheia. Não sei se é verdade mas não há dúvida.» (ibidem: 84)

«E ela, a bela Iseut, o Colo de Garça, lá ficou, num humilde coval que as boas irmãs Clarissas abriram, junto ao altar-mor da Igreja de Santa Clara, chorando a desgraçada amante do Infante apaixonado». (ibidem: 87)

«Já não me recordo como comecei e do que vem a seguir, mas não tem importância.» (ibidem: 94).

«Meu querido tio, aqui volto a escrever o que me vai na alma e a memória de tudo o que vi, me disseram e pensei, sempre pondo a minha alma na recordação da minha querida Senhora e Rainha e tentando adivinhar o que ela diria sobre todas estas novidades.» (ibidem: 113)

António Vieira – o fogo e a rosa (2008)

«(…) cá vou tecendo esta manta de retalhos de memória, pegando aqui, torcendo ali, retocando uma data, esquecendo alguns pormenores como sucede sempre no fim da nossa vida, com a nossa cabeça já gasta pelo uso implacável do tempo (…) Tempus edax rerum.» (2008: 54)

«Os homens são os senhores do mundo, mas são as mulheres que decidem, quantas vezes, os seus destinos! D. Luísa possuía esse sentido do poder (…) Chamei-lhe a Rainha Judite pelo respeito pela sua inteligência. Era directa e imune a falsas reverências. (…) A verdade pode ser dolorosa, mas é a verdade» (ibidem: 99)

«Mas ainda não vos contei… Lá estou eu a adiantar-me à história, mas o pensamento saltita, deambula, percorre sinuosas veredas da memória e a nossa vida não é aquela linha direita, sem desvios, que desejámos sempre que fosse. Na minha política estava a planificação de uma filosofia económica. (…) Propus a abolição da actividade persecutória que a Fortaleza do Rossio, a Inquisição, fazia aos cristãos-novos (…) Também propus a criação de uma Companhia Portuguesa do Comércio. (…) Como vedes, não deixei por mãos alheias o que era preciso fazer…» (ibidem: 104-105)

«Portanto, um construtor de Palavras, como eu, amigo, como eu que não fiz outra coisa em toda a minha vida, e um cultor de memória porque sem ela nada existe. Nós, como as nações, sem memória não somos coisa nenhuma» (ibidem: 148)

Bibliografia ativa

ROMANCES

FERREIRA, Seomara da Veiga (1999), Leonor Teles ou o Canto da Salamandra, Lisboa, Editorial Presença. (1.ª ed. 1998).

— (2002), Crónica Esquecida d’El Rei D. João II, Lisboa, Editorial Presença. (1.ª edição: 1995).

— (2007a), Memórias de Agripina, Lisboa, Editorial Presença (1.ª ed. 1993)

— (2007b), Inês de Castro – A estalagem dos assombros, Lisboa, Editorial Presença.

(2008), António Vieira – O fogo e a rosa, Lisboa, Editorial Presença. (1.ª ed. 2002).

POESIA

— (2008), Ciclo de criação imperfeita, Fafe, Labirinto.

Bibliografia crítica selecionada

Artigos em livros:

LOPES, Maria José Ferreira (2017), «Cuius est ueritas? Dois retratos memorialistas pós-modernos da imperatriz Agripina», in A Literatura Clássica ou os clássicos na Literatura – Presenças clássicas nas Literaturas de Língua Portuguesa (vol. III), Lisboa, Campo da Comunicação, pp. 277-297.

MARINHO, Maria de Fátima (1999), O Romance Histórico em Portugal, Porto, Campo das Letras.

— (2005), Um Poço sem Fundo. Novas reflexões sobre Literatura e História, Porto, Campo das Letras.

— (2019), «A memória da família», in Revista de Estudos Literários, Coimbra, Imprensa da Universidade de Coimbra.

— (2020) «O despertar da Bela Adormecida (O silêncio e a palavra da mulher no romance histórico)», in Romance Histórico. Cânone e Periferias, Famalicão, Edições Húmus, pp. 13-18.

Artigos em revistas:

MARINHO, Maria de Fátima (1995), «O romance histórico na primeira pessoa». Intercâmbio: Revue d’Études Françaises – French Studies Journal, nº. 06. Artigo disponível em: https://ler.letras.up.pt/uploads/ficheiros/5727.pdf

Dissertações/Teses:

ALMEIDA, Taina A. F. (2018), As marcas do “amor-cortês” e do “amor-paixão” em Tristão e Isolda e Inês de Castro. A estalagem dos assombros, uma visão intertextual. Universidade Estadual da Paraíba.

Disponível em: https://dspace.bc.uepb.edu.br/xmlui/handle/123456789/16549

COUTO, Maria Aurélia da Rocha (1995), «Contar (a) História(s) – (Análise comparativa de Memórias de Agripina de Seomara da Veiga Ferreira e de Mémoires d’ Agrippine de Pierre Grimal)». Dissertação de Mestrado em Literaturas Românicas Modernas e Contemporâneas. Faculdade de Letras da Universidade do Porto

FERNANDES, Fernando Augusto Braga (2015), Pedro e Inês: entre a realidade e a ficção, uma estória sem fim. Dissertação de Mestrado em Literatura Portuguesa apresentada à Universidade Católica Portuguesa de Braga (inédita). Disponível em: https://repositorio.ucp.pt/handle/10400.14/20599

OLIVEIRA, Whadja Nascimento (2016), Representação feminina no romance: Leonor Teles ou o canto da salamandra. Monografia de Licenciatura em Letras. Universidade de Paraíba. Disponível em: https://dspace.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/123456789/13295

João Miguel Santos

setembro de 2023

  1. A entrevista poderá ser consultada em: https://arquivos.rtp.pt/conteudos/seomara-da-veiga-ferreira/ Último acesso: 20/09/2023.

  2. Vide bibliografia crítica deste texto.

  3. Referimo-nos a Memórias de Agripina; Leonor de Teles ou o Canto da Salamandra; Inês de Castro – A estalagem dos assombros e António Vieira – O fogo e a rosa. Salientamos a relevância do universo feminino muito mais evidente nas três primeiras obras, pese embora também o encontremos mais veladamente no último romance.

  4. Referimo-nos a Crónica Esquecida d’El Rei D. João II.

  5. Convém ainda sublinhar que estas memórias se inscrevem não apenas num contexto individual, mas também num contexto familiar ou coletivo, o que reafirma o tom parcelar e retoricamente múltiplo dos romances.

  6. Procuraremos exemplificar, pontualmente, cada uma destas situações nos excertos abaixo.