Cinema: Nazis, Argumentistas e Stalkers

Às sextas-feiras, como sempre, apresentámos cinema. E pensando numa maleita intelectual muito recorrente na raça dos “activistas“ urbanos, em geral padecendo de mitomanias e ignorância generalizada, tendentes a verem “nazis” e “fascistas“ em qualquer expressão que não esteja de acordo com a sua cartilha ideológica de trazer por casa, seja na Ucrânia seja em qualquer força de ideologia nacionalista na Europa e na América, existindo assim de modo febril como se estivéssemos em 1939, com o genocídio judeu e a invasão da Polónia à porta, entendemos ser de bom gosto, em prol da saúde desses paranóicos, recomendar obras de ficção fantástica sobre o tópico do “nazi“ contemporâneo. Temos então coisas desde a ficção científica até ao terror, começando pelos “nazis na lua“, continuando com os “nazis do fundo do pântano”os “zombies nazis” e terminando com os “nazis no centro da terra”. Aliás, é importante mencionar que um dos títulos mais famosos desta paisagem de ficção veio do território dos videojogos, da saga Castle Wolfenstein. De facto, quer o apreço de algumas cúpulas nazis pelo misticismo e pelo oculto, como também os desenvolvimentos tecnológicos que empreendiam ou que estavam no seu início aquando da iminência da sua derrota na guerra, influenciaram este fio condutor da imaginação que junta ficção científica e o Terceiro Reich. É este o remédio que recomendamos a quem chama de “facho” e de “nazi” a tudo o que mexe: vão ver os filmes e entretenham-se.

Depois, trazemos não um mas três títulos que têm em comum o facto de terem argumentistas como protagonistas: e dois deles são baseados em pessoas reais. Primeiro, Trumbo, de 2015, retratando o período de caça às bruxas de Hollywood na década de 40 e 50, onde o comunista Dalton Trumbo foi obrigado a usar pseudónimos durante dez anos para conseguir trabalhar — e ganhou dois óscares com isso. Segundo, Mank, de 2020, sobre a luta de Herman J. Mankiewicz para ser creditado na monumental obra Citizen Kane, de Orson Welles. Terceiro, aqui já no campo da ficção, a inesquecível e surreal obra dos irmãos Coen, com interpretação de John Turturro, Barton Fink, de 1991. Foram estas peças que apresentámos, lembrando-nos o mundo subterrâneo do longo e extenuante processo de escritas e revisões por que passa um argumento nas grandes indústrias cinematográficas.

Por fim, destacamos um sub-género de filmes do tipo thriller, de série inferior, aparentemente populares após a década de 2000 e em geral feitos diretamente para televisão: películas que retratam perseguidores obcecados por determinada pessoa. Temos um médico obcecado pela doentea aluna obcecada pelo professora secretária obcecada pelo patrão, e a amiga obcecada pela colega de quarto. Quatro obras com este nexo em comum, que devido ao seu carácter barato, acessível e parvo, passam muitas vezes nos canais de cinema das televisões: Stalked by My Doctor (TV Movie 2015), The Perfect Teacher (2010), The Perfect Assistant (2008) e The Roommate (2011).