O Legado Histórico da Cultura Digital

Herança Cultural: Como é que a passagem para o digital pode afetar o que deixamos para o futuro enquanto sociedade? Entender o passado é essencial para a preparação e construção de um futuro melhor. Ao longo deste artigo abordarei temas como o porquê de as civilizações antigas terem, ou não, uma considerável herança cultural deixada. É importante então refletir sobre a transição digital e sobre o rumo que a nossa sociedade está a tomar no que toca ao atual armazenamento de informações. Usarei assim uma abordagem a esses elementos bem como à sua evolução histórica com vista a entender o que de facto pode ser feito para prevenir que a nossa memória civilizacional caia no esquecimento. Palavras-Chave: Herança Cultural, Evolução, Transição Digital, Conhecimento.

Introdução

Ainda hoje o mundo se lembra das grandes civilizações antigas como a Egípcia, Grega, Romana e Maia, que marcaram o mundo deixando um legado duradouro com impactos sentidos na vida presente. No entanto, com o passar do tempo, a ideia de deixar uma marca para o futuro tem vindo a perder-se. Monumentos outrora construídos com fins ritualísticos para perpetuar a história e a adoração aos deuses foram substituídos por estruturas contemporâneas focadas na utilidade imediata, sujeitas à reconstrução se necessário. Antigamente muitas sociedades tinham como objetivo deixar a sua marca na história, construindo monumentos e estruturas diversas para que quem depois deles viesse soubesse que naquele local viveu e prosperou uma civilização. Este artigo tem a intenção de abordar o tema da transição digital a que a nossa sociedade tem vindo a submeter-se, passando de sociedade analógica e manual para digital e mecanizada.

Este é um tema de extrema importância pois é crucial que saibamos os impactos, positivos ou negativos, que esta transição pode trazer. Começarei por abordar como eram as civilizações antigas e como as sociedades do passado viam o seu papel no mundo, passando depois para uma comparação com a atualidade e com cada uma das épocas históricas. Perceber melhor as sociedades antigas e a forma como vemos o passado é essencial para melhorar o futuro. Atualmente os processos tecnológicos dos nossos macro e micro-cosmos encontram-se deveras mecanizados, onde o digital predomina. Isto parece algo de excelente: porém, e se se desse o caso de ocorrer um cataclisma digital à escala planetária? Que vestígios nossos encontrariam os futuros habitantes da Terra? Um dia mais tarde, saberão quem fomos, o que fizemos e que impacto tivemos? Será o nosso mundo digital sustentável? Estas são algumas das perguntas a que tentarei responder.

Irei abordar os legados das civilizações egípcia e grega devido a considerar que foram nestas duas gloriosas sociedades ancestrais que nasceram as bases do nosso mundo atual. Serve este texto como uma reflexão e previsão do futuro tendo sempre por base os acontecimentos do passado.

I PARTE — A ANTIGUIDADE

Civilizações Clássicas

É meu intuito reproduzir palavras de vários cientistas contemporâneos como Neil DeGrasse Tyson, Graham Hancock, Brian Cox e até Elon Musk, as quais nos dizem que as sociedades antigas são tão intrigantes ao ponto de levantarem questões a cada dia que passa. Embora se saiba já tanta coisa sobre a mundividência destas civilizações, há ainda muito por apurar. As sociedades do passado não são desconhecidas para ninguém: muitas delas foram a base para muitas das leis, pensamentos, valores, teorias e valores que demarcam a nossa sociedade atual; e deixaram um legado que perdura até hoje, desde a invenção da roda pelos nossos antepassados pré-históricos até às inovações científicas, artísticas e administrativas da civilização egípcia, passando pelos ensinamentos da civilização grega e pelos monumentos que os romanos nos deixaram.

Apesar de as sociedades antigas não possuírem as mesmas tecnologias e recursos de que hoje possuímos, isso não as impediu de prosperar na memória colectiva do mundo. A isto podemos chamar de herança cultural de uma civilização. Desde leis da física e da matemática, astronomia, medicina, filosofia, direito e até à própria constituição de valores e crenças, estas sociedades tinham de tudo e, embora existam ainda lacunas no entendimento que delas temos, cremos que essas lacunas representam precisamente o impulso que propulsiona o ser humano a fascinar-se por tudo o que conseguiram realizar.

No caso dos monumentos, como, por exemplo, as pirâmides do Egito ou os templos greco-romanos, ou até outras construções ancestrais, é importante entendermos o porquê de eles terem sido construídos. Pegando nas palavras de Graham Hancock, este diz-nos que “antigamente as construções daquilo que hoje em dia chamamos de monumentos tinham um motivo associado (…) fosse para adorar um deus ou um imperador, fosse para mostrar o poder daquela civilização para o mundo, fosse para deixar a sua marca na história, (…) todos eles tinham um motivo associado à sua criação”. Inscrições a partir de hieróglifos, ou até mesmo, mais antigamente, as pinturas rupestres, serviram para deixar gravado para o futuro histórias, conhecimentos e vivências das culturas antigas, que hoje são essenciais para entender melhor a história do nosso passado. Em suma, antigamente as sociedades tinham recursos e valores diferentes dos nossos e o facto de nos legarem obras, artefactos e monumentos que perduraram no tempo, perfazendo aquilo a que hoje se chama o devir, significa que a sua marca se consigna como um monograma indelével na história, de que a sociedade contemporânea pode usufruir, olhando para trás no tempo a fim de apreciar a sua conquista polivalente.

O Antigo Egito

Uma das mais fascinantes culturas para se estudar é a do Antigo Egito, civilização por muitos considerada como uma das maiores a agraciar o nosso planeta. O Antigos Egípcios foram e continuam a ser importantíssimos na atualidade, daí que Moustafa Gallada diga no seu livro que “durante o mundo antigo, até próximo à queda do Império Romano, o Egito foi considerado como o berço da civilização”. É no Egito que encontramos monumentos como as pirâmides, a esfinge e diversos outros templos. Todos eles representantes de como era o Egito antigo. Ainda hoje se levantam questões sobre o porquê ou como foram feitos, de que o exemplo mais contundente são as pirâmides. Muitos destes monumentos vêm acompanhados de hieróglifos. A partir deste sistema de escrita, podemos ver e conhecer a sua mundividência, as invenções e as crenças de quem os produziu, tornando assim a herança cultural dos egípcios numa das mais ricas de toda a história.

Não é só de monumentos e hieróglifos que vive o Egito antigo, pois temas como “os valores civilizados, a organização do pensamento, a organização do estado, ciência e medicina fazem parte da herança cultural desta civilização ancestral” (Gallada, 2018).

Ao longo dos tempos, o resultado do conhecimento desta civilização foi alvo de opressão por parte de diversos povos que com eles se cruzavam. No entanto “muitos relatos gregos e romanos sobre as glórias do Egito sobreviveram em escritos clássicos, (…) serviram para aumentar ainda mais o interesse pela cultura egípcia, além de criar uma aura de mistério, como a de um fruto proibido, em torno da sabedoria e cultura egípcias.” (Gallada, 2018)

Por isso, a herança cultural do Antigo Egito é enorme. Esta evidência leva a crer que muito daquilo que hoje os historiadores e cientistas, ou mesmo o vulgo, acham do Egito se deve maioritariamente a objectos, estruturas físicas e tecnológicas deixados para o futuro sob a forma de artefactos. Todos os monumentos, escritas, técnicas e pensamentos sobreviveram para que quem depois deles viesse soube que ali prosperou uma das mais belas nações.

Mas será que os egípcios conseguiriam deixar um legado tão rico e uma herança cultural tão vasta se estivessem dependentes de meios tecnológicos tal como hoje os concebemos? Para responder a esta pergunta, vamos assumir que os egípcios não tinham meios tecnológicos como os atuais, contrariando assim algumas teorias da conspiração. Caso o povo egípcio dependesse de máquinas e softwares para guardar a sua história, esta perder-se-ia à medida que os tempos passassem. Muita da mística associada a civilizações como a egípcia vem de objectos e artefactos característicos que nos foram legados por esta civilização, processo este legatário absolutamente crucial para que uma sociedade possa ficar carimbada na história do mundo. É difícil imaginar um mundo sem as pirâmides ou sem os hieróglifos, pois afinal, nunca é demais repetir, foram as civilizações que os produziram que deram a base para a nossa sociedade atual, e pensar que tudo isso pudesse ser apagado através de um click é extremamente assustador.

Neste caso, afirmar a dependência de uma sociedade do passado de softwares e conexões sem fios é arriscado. Na eventualidade de falharem, não havendo eletricidade com que a sustentar, não existindo sequer lugar para ficheiros perdidos e eliminados, atualizações de sistemas, etc., exclui-se a possibilidade de terem alguma vez logrado existir. Isto é, conceber uma sociedade tecnológica nos mesmos moldes que a nossa é algo de caricato. E dando-se a hipótese de alguma vez ter existido uma sociedade como tal, os seus ficheiros estariam seguramente comprometidos, os seus conteúdos perdidos e eliminados como se nunca tivessem existido. Este é um tópico de que falarei mais à frente e de maneira mais alargada.

A Antiga Grécia

Assim como o Egito, outra das civilizações que prosperaram, até hoje considerada como a base da nossa sociedade atual, é a Grécia Antiga. Os gregos foram os pais de certas áreas científicas, intelectuais e filosóficas sem as quais hoje o ser humano sentir-se-ia órfão: “a herança cultural deixada pelos gregos fora riquíssima e influenciara toda a civilização ocidental.” (Borges, 2011). Borges explica num artigo que “as concepções de beleza, retratadas nas obras de pinturas, escultura e arquitetura (…), suas produções filosóficas, científicas e teatrais foram fecundas e delinearam o pensamento universal até a Idade Moderna”, deixando assim clara a importância da Grécia Antiga no decorrer da história. Algumas das áreas onde a Grécia foi importante são a medicina, a religião, o teatro, a filosofia, a matemática, a física, literatura, o direito e a política. Os avanços nestas áreas levaram alguns teóricos a perguntar quais eram de facto os recursos tecnológicos de que a Grécia dispunha.

Para além da informação escrita que a Grécia Antiga nos deixou, podemos observar monumentos e artefactos, como por exemplo o Parthenon, diversos templos como o de Atenas ou o de Zeus, e o teatro de Dioniso, todos “representativos da cultura grega, da sua grandiosidade e ligação aos temas da religião e da filosofia” (Hancock).

Tudo isto faz parte da herança cultural da Grécia Antiga e é representativo das suas crenças, valores e da sua cultura como um todo. Assim como o Egito, acredito que grande parte do que hoje se pensa sobre a Grécia Antiga venha das coisas físicas que eles deixaram, todos os livros, monumentos, escritas e artefactos que fazem desta civilização ancestral uma das que possuem uma gigantesca herança cultural.

Como disse Brian Cox num determinado podcast “é necessário ter muita sorte para que a herança cultural de uma civilização ancestral chegue até nós”, frase complementada com as palavras de Graham Hancock quando no mesmo meio de comunicação diz “apesar de tudo o que sabemos sobre os Gregos, acredita-se que não sabemos nem metade do que realmente sabiam antigamente”. A crer nesta intervenção, esta civilização é maior e melhor do que o que deles especulamos. Mas será que a Grécia antiga teria chegado onde chegou se dependesse de tecnologia eletrónica e sistemas digitais como os nossos?

À semelhança do Egito, a Grécia não seria a mesma caso dependesse de meios tecnológicos; muita da informação daí decorrente perder-se-ia ao longo do tempo e a inevitabilidade dessa privação traria às sociedades dela legatárias (i.e., atuais) consequências inimagináveis — embora aqui se trate apenas de especulação, aliás de um ponto de vista pessimista que pretende que esta possibilidade ocorra numa sociedade imaginada como tecnológica e digital no passado apenas, não é de descurar a hipótese de que a nossa sociedade actual não sofra no presente consequências desastrosas devido a perdas de património cultural dos Antigos. De facto não sabemos quanto nos deixou, em termos quantificáveis, a antiguidade, e se não sofremos no dia-a-dia um complexo de orfandade.

Civilização Maia

A civilização Maia teve o seu início por volta de meados da Idade do Bronze no ano 2000 a.c. e perdurou até ao séc. XVIII. Os seus principais centros estavam localizados em Guatemala e no México. Vestígios dessa civilização também foram encontrados em El Salvador, Belize, Honduras, entre muitos outros países da América Central. Esta civilização foi “considerada como um ponto de referência em termos históricos e arqueológicos, atualmente mantém-se um pouco na sombra” (Akiyama, 2011) de outras civilizações com uma maior herança cultural deixada (exemplos do Egito, Grécia, Império Romano, etc.).

A maior prova de grandeza desta civilização são as suas construções características e a escrita hieroglífica com muitos dos seus traços “parecidos com os do Antigo Egito e com outras civilizações de diferentes partes do globo” (Hancock). Esta declaração é por si geradora de uma discussão merecedora de grande interesse, pois como é possível que duas civilizações de lados opostos do globo tenham características tão semelhantes?

Esta civilização, para além de possuir uma “arquitetura única e característica” (Navarro, 2008), ficou marcada na história por ser sintomática de “um povo de grandes conhecimentos (…)”, sobre o qual “estima-se que tivessem bibliotecas e conhecimentos sobre assuntos muito avançados para o seu tempo” (Hancock).

Sendo de facto este povo tão único e digno de interesse, porque é que não se ouve falar da civilização Maia com a mesma frequência com que se ouve falar dos povos referidos anteriormente? Isto talvez se deva à história de infelicidade que acompanha a América Central. “Em épocas como os descobrimentos (…) e na própria evolução da America Central (…) este território foi o palco de muitas guerras e conflitos, o que certamente destruiu imensos artefactos que nunca teremos oportunidade de ver e estudar” (Hancock).

Nos descobrimentos pós-quinhentistas, era hábito impor a religião do país colonizador ao país colonizado, e, muitas vezes, tudo o que remetia à cultura que os colonizadores tentaram erradicar era completamente destruído. Isto leva-me a concluir que a cultura Maia não tem um impacto maior na sociedade atual pois muita da sua herança cultural foi sendo destruída ao longo dos tempos — quer por desgaste natural dos objetos, quer por conflitos armados e invasões de outros povos.

Mas teria a herança cultural da civilização Maia tido um desfecho diferente caso tivessem tido acesso a meios tecnológicos do séc. XXI? Esta pergunta será provavelmente a única em que eu vejo a possibilidade de múltiplas respostas. Se por um lado acredito que as suas construções, escritas e conhecimentos seriam de extrema importância para o futuro da humanidade, por outro lado sabemos que esses vestígios nunca chegaram até nós. Talvez com tecnologia de armazenamento de dados como a atual, a herança cultural da civilização Maia estaria mais segura, caso fosse constantemente atualizada, e acredito que caso isso acontecesse a humanidade como a conhecemos hoje seria algo diferente.

Evolução histórica

A informação é algo que sempre assustou aqueles que estavam no poder. Neil DeGrasse Tyson afirma num podcast em que participou que “temos vários exemplos ao longo da história que nos mostram claramente que controlando a informação se conseguem controlar as pessoas”. Temos também vários relatos de que uma civilização destruía a herança cultural deixada por outra civilização como forma de impedir que aquele conhecimento fosse passado e como forma de demonstrar superioridade. Um exemplo claro disto é o Império Romano que alegadamente destruiu a Biblioteca de Alexandria, e uma das razões possíveis para isso é todo o conhecimento que lá estava ser visto como uma ameaça ao seu poder.

No entanto, nem só de conquistas e destruições se fez a história. A tecnologia evoluiu imenso e chegou eventualmente àquilo que temos hoje. Os processos que outrora eram manuais são agora mecanizados. A frase de Graham Hancock reflete bem esta evolução, quando diz que “antigamente as pessoas tinham que trabalhar usando as suas próprias mãos, depois conseguiram criar ferramentas (…) e agora estamos numa fase em que a pessoa nem precisa de segurar sequer na ferramenta pois tem uma máquina a fazê-lo por si”.

Aqui, entramos no tópico da digitalização e em como esta está a reformular a nossa sociedade, já que até se fala em humanos cyborgs num futuro não tão distante, juntando assim humanos a máquinas, robôs e inteligência artificial. Esta mecanização levou a que muitas artes e processos fossem perdidos ao longo do tempo: atividades artesanais como tapeçaria, olaria, entre muitas outras estão assim em vias de extinção. Isto tudo deve-se a nós humanos pois “em algum momento da história o ser humano achou por bem definir a sua evolução na lei do menor esforço”, como nos diz Neil DeGrasse Tyson em um podcast.

Porém a mecanização não foi globalmente má: permitiu-nos “alcançar feitos que nunca teríamos conseguido sem ela” (Tyson). Foi excelente em diversas áreas, como na construção, na ciência, na astronomia, entre tantas outras, pois deu-nos a possibilidade de “fazer muito mais com menos esforço, melhorando como nunca a produtividade do ser humano”, disse Brian Cox num podcast. Por exemplo, os estudos revelam que devido à evolução em áreas como a medicina, ciência, educação, entre outras “a população mundial cresceu de 500 milhões de pessoas ao redor do globo em 1500 para mais de 8 bilhões em 2023” (Harari, 2011).

Em suma, a evolução digital, apesar de poder pôr em causa muitos dos aspetos tidos como tradicionais, podem também trazer muitas coisas boas e que são fulcrais para o futuro do ser humano.

II PARTE — O DIGITAL

Atualidade

Este texto fala muito sobre herança cultural e é necessário entender agora como é que as sociedades mais recentes estão a preservar as suas respectivas informações para o futuro. A cada dia que passa temos novos avanços tecnológicos, o que, apesar de ser bom e trazer muitas oportunidades para o futuro, pode causar alguns constrangimentos no que toca ao armazenamento da informação, mais concretamente no meio que é usado para guardar a informação.

O armazenamento de informação num local seguro sempre foi uma necessidade básica do ser humano, por isso se criam livros, escritas em rochas e paredes, entre muitas outras técnicas de preservação de informação. Atualmente a digitalização está mais forte do que nunca e a maioria da informação que o ser humano possui está em suporte digital.

Guardar algo em suporte digital é guardar algo em um meio que não é físico, um meio que podemos aceder através de um dispositivo eletrónico e que tem constantemente de ser atualizado, caso contrário a informação poderá estar comprometida.

Porém antes de avançar mais neste tópico gostaria de recuar algumas décadas atrás até à década de 1960. Foi nessa altura que surgiu a fita de cassete, vulgarmente conhecida somente como cassete. Estas eram descritas como “fitas magnéticas para gravação e armazenamento de áudio (…) revolucionaram os padrões de captura de áudio” (TechTudo, 2022).

As cassetes vieram então revolucionar a forma como as pessoas guardavam e acessavam informação, tendo sido uma forma tão boa que foi adaptada para todos os setores da sociedade. Desde músicas, filmes, matérias de aulas, ajuda na área da medicina, entre tantas outras coisas, tudo isto podia ser gravado nas cassetes, tendo estas tido um papel importantíssimo na sociedade como um todo, pois vieram revolucionar completamente a forma como se via e se acessava informação.

“O problema da evolução tecnológica é que ela é muito rápida e aquilo que hoje pode ser considerado topo de gama e uma descoberta super inovadora, amanhã pode ser visto como antiquado.”: estas foram as palavras de Neil DeGrasse Tyson num podcast no qual participou e é com elas que quero continuar este debate.

Apesar da revolução trazida pelas cassetes estas rapidamente entraram em desuso pois não muito tempo depois surgiu uma nova forma de armazenar e acessar informação. A disquete foi um dispositivo que surgiu na década de 1970 e tinha mais ou menos as mesmas funcionalidades das cassetes. O princípio era o mesmo, guardar informação de forma a acessá-la mais facilmente no futuro. A grande diferença é que as disquetes eram mais pequenas e como tal tinham menos capacidade de armazenamento, o que fez com que elas fossem “muito usadas para conteúdos mais ‘leves’ porém para coisas mais ´pesadas´ as cassetes continuavam a ser a preferência do público” (TechTudo, 2022).

Estas duas formas de armazenamento, apesar de possuírem muitas falhas, dominaram o mercado por alguns anos até que em meados da década de 1980 surge o CD. O CD é “fino e feito de policarbonato, usado para gravar principalmente dados e músicas, algo que até então nenhum dispositivo fazia com sucesso” (TechTudo, 2022).

Assim como os seus antecessores o CD imediatamente se tornou numa forma revolucionária de armazenar informação: porém não durou muito tempo até que uma nova forma de armazenamento chegasse. Surgiu então o DVD.

O DVD surge nos finais da década de 1990 e são descritos como “um formato digital criado para armazenar arquivos diversos, como sonoros e imagéticos, e possuem capacidade de armazenamento maior do que a dos CDs, devido a uma tecnologia óptica superior” (TechTudo, 2022). Esta novidade do DVD veio realmente causar um impacto muito acentuado na sociedade, pois até à data gravar algo em formato de vídeo não era comum, e o DVD veio introduzir a capacidade de guardar informação não só em áudio, como também em vídeo.

A indústria evoluiu e à medida que o tempo foi passando e os meios tecnológicos se foram desenvolvendo, foram surgindo novas formas de armazenamento da informação. Uma das mais importantes foi o cartão SIM.

O cartão SIM ou cartão SD como é referido algumas vezes veio alterar os conceitos de acesso à informação. Isto deveu-se pois todos os métodos de armazenamento abordados até agora (Cassetes, Disquetes, CD, DVD) necessitavam de um leitor específico para ler a informação que estava contida neles. O cartão SIM surge dentro dos telemóveis; é um cartão pequeno e que armazena a informação que uma pessoa desejar a partir de um telemóvel. Devido a esta facilidade de acessar a informação, o cartão SIM veio de facto revolucionar esta indústria desde meados dos anos 2000.

Avançando um pouco mais no tempo e chegando à segunda metade da década de 2010 surge algo que vem revolucionar ainda mais o acesso à informação, bem como a forma como esta é guardada, estou a falar das clouds digitais.

As clouds são uma das formas de armazenamento de informação mais usadas pelas pessoas atualmente e isto deve-se à sua facilidade de acesso e praticidade. Estas clouds são meios de armazenamento de informação 100% digitais que podem ser acessadas através de um smartphone, computador ou tablet. Alguns exemplos são o Icloud e o Google Drive.

Esta nova forma de armazenar informação vem pôr termo a um problema que sempre existiu que é o de se ter um leitor específico para ler o conteúdo de algum meio de armazenamento, como são exemplo os meios referidos anteriormente.

Neil DeGrasse Tyson diz-nos em um podcast no qual participou que “esta transformação digital não só é boa para o avanço da sociedade como também é vista como algo essencial para alcançarmos sempre coisas maiores e melhores”. A transformação digital é muito rápida e está sempre a mudar e evoluir, mas será que existe algo que se manteve sempre constante ao longo da história? Algo que sempre cá esteve, que está e que vai continuar a estar?

Existe sim! Livros são a resposta. Não deixa de ser engraçado pensar que um simples livro, um conjunto organizado de folhas de papel com palavras e desenhos escritos é mais resistente à mudança do que a maior tecnologia atual.

Os livros sempre foram vistos como algo essencial, como nos diz Graham Hancock num podcast no qual participou “sem livros a sociedade nunca tinha avançado para além da idade média”. Esta frase, apesar de polémica, tem muita verdade associada pois é através dos livros que a informação tem sido passada de geração em geração, desde de tempos muito antigos até à atualidade.

Livros são sinónimo de conhecimento, e conhecimento é sinónimo de poder e como já foi referido anteriormente quem tem o poder não gosta que os seus súditos tenham conhecimento, daí uma das primeiras coisas que aconteceu quando os povos começaram a colonizar outros povos foi a destruição de todos os seus livros e de todo o seu conhecimento. Eventos como estes marcaram a história como por exemplo o incêndio da Biblioteca de Alexandria.

Mas serão os livros mais seguros do que os sistemas de armazenamento atuais? A resposta a esta pergunta é muito difícil e tem pontos negativos e positivos de ambos os lados, porém será mais uma das perguntas que irei abordar mais à frente neste artigo.

Em suma, os meios de armazenamento da informação atuais vieram revolucionar a sociedade e desempenham um papel crucial na evolução do ser humano. À medida que vamos avançando os meios rapidamente se tornam obsoletos e isso é uma das maiores falhas da evolução digital pois requer que estejamos sempre a par com as mais recentes inovações, caso contrário deixaremos de conseguir acessar uma coisa tão básica nos padrões atuais que é a informação.

Caso Prático

Para este caso prático resolvi fazer um questionário às pessoas, abordando alguns temas como o conhecimento que as pessoas têm de herança cultural, a herança cultural de algumas culturas abordadas anteriormente neste artigo e a previsão das pessoas para o futuro.

Os resultados obtidos aqui serão abordados e debatidos neste tópico do artigo e também irão contribuir para a último tópico de “Reflexão Final” com vista a darem algum suporte às respostas de algumas perguntas que foram sendo levantadas no decorrer da escrita deste documento. O questionário estará também no final do trabalho em forma de link.

As primeiras perguntas prenderam-se com entender se os inquiridos conheciam o termo “herança cultural” e se achavam que esta tinha ou não importância para o futuro de um país/civilização ou até possivelmente de outros países e civilizações. Gráfico de respostas do Forms. Título da pergunta: Conhece a expressão "herança cultural"?. Número de respostas: 40 respostas. Gráfico de respostas do Forms. Título da pergunta: Considera que a Herança Cultural de um país/civilização é importante para o desenvolvimento futuro dessa civilização/país? Ou até de outros?. Número de respostas: 40 respostas.

Ao analisar as respostas podemos ver que a larga maioria dos inquiridos sabia, ou pelo menos tinha noção do que era a herança cultural de um país, no entanto também gostava de destacar 12,5% dos inquiridos que afirmaram não conhecer a expressão.

Para além destas perguntas havia ainda uma secção de resposta aberta na qual os inquiridos poderiam explicar o que era para eles “herança cultural”. Das respostas que obtive gostava de destacar algumas:

  • Inquirido nº2: “Património ou patrimônio cultural é o conjunto de todos os bens, manifestações populares, cultos, tradições tanto materiais quanto imateriais, que reconhecidos de acordo com sua ancestralidade, importância histórica e cultural de uma região adquirem um valor único e de durabilidade representativa simbólica/material.”;
  • Inquirido nº26: “Herança cultural é tudo aquilo que é transmitido para as gerações futuras, desde crenças e hábitos a conhecimentos práticos. A herança cultural é transmitida e preservada através de imagens, escritas, construções ou verbalmente, ‘passando a palavra’ de umas gerações para outras.”;
  • Inquirido nº39: “É tudo aquilo que aprendemos dos nossos antepassados: as tradições, costumes, histórias, lendas, músicas e danças. A herança cultural pode ser transmitida por meio da educação, dos livros, dos museus e até mesmo por meio da linguagem.”.

 

Através desta análise consegui perceber que de facto os inquiridos sabiam, uns mais outros menos, o que era herança cultural, claro excluindo aqueles que previamente responderam que não conheciam a expressão.

Em seguida o questionário abordava as temáticas do Antigo Egito e da Grécia Antiga de modo a perceber o que as pessoas conheciam dessas culturas, como é que conheciam e o que achavam caso os meios tecnológicos tivessem estado presentes na época.

Começando com o Antigo Egito, a quase totalidade das pessoas respondeu de forma afirmativa quando questionados sobre se o Egito tinha uma grande herança cultural e se esta tinha sido importante para a evolução humana. Gráfico de respostas do Forms. Título da pergunta: Considera que o Antigo Egito tem uma grande Herança Cultural?. Número de respostas: 40 respostas. Gráfico de respostas do Forms. Título da pergunta: Considera que a Herança Cultural deixada pelo Egito foi/é importante para a evolução humana?. Número de respostas: 40 respostas.

Em seguida, e ainda no tema do Antigo Egito, o questionário inquiria sobre qual/quais a/as coisa/as que as pessoas associavam ao Egito, onde podemos ver claramente uma enorme quantidade de votos nos elementos físicos, como por exemplo as pirâmides. Esta pergunta levou-me a concluir que facto as pessoas associam muito mais a ideia de preservar a memória de um país/cultura em formato físico como monumentos e artefatos do que em formato falado de transmissão de valores e conhecimentos.

Foi ainda perguntado sobre o impacto que as obras feitas no Egito teriam tido na história do país caso nunca tivessem acontecido, pergunta à qual a quase totalidade dos inquiridos respondeu que o país não teria a mesma importância histórica que teve. Por fim, esta seção acabava com uma pergunta sobre o impacto da tecnologia no Antigo Egito, com 100% dos inquiridos a afirmar que a herança cultural do Egito seria afetada caso este povo tivesse tecnologia atual para guardar a sua informação.

Através da análise das respostas pude concluir que a opinião da larga maioria é de que de facto a tecnologia pode pôr em causa a herança cultural de uma civilização. Para complementar estes dados tinha ainda duas perguntas de resposta aberta (uma para cada gráfico) em que as pessoas podiam justificar a sua escolha e dar a sua opinião e das opiniões recolhidas gostava de destacar algumas: Gráfico de respostas do Forms. Título da pergunta: Imaginemos que o Egito Antigo tinha acesso a tecnologias do século XXI. Acha que a sua Herança Cultural teria sido afetada de algum modo?. Número de respostas: 40 respostas. Gráfico de respostas do Forms. Título da pergunta: Quando pensa no Antigo Egito o que vem á cabeça? (pode selecionar 1 ou mais opções). Número de respostas: 40 respostas. Gráfico de respostas do Forms. Título da pergunta: Considera que o Egito seria o mesmo e teria a mesmo importância histórica caso as suas obras não tivessem sido feitas?. Número de respostas: 40 respostas.

(Estas respostas são referentes à primeira pergunta sobre a importância das obras egípcias para a sua relevância histórica.)

  • Inquirido nº4: “As obras deixadas pelos egípcios ajudam, não só a compreender as antigas povoações, como também a aprender com os antigos, muita da ciência que temos hoje não seria tão avançada sem eles.”;
  • Inquirido nº16: “Na minha opinião não teria a mesma relevância, pois a sua cultura é muito conhecida em todo o mundo e sem a sua herança cultural não teria o mesmo reconhecimento, seria apenas mais um país igual aos outros.”;
  • Inquirido nº23: “A importância atribuída ao Egito rege-se em grande parte pelas suas criações. Aquilo que foi encontrado até aos dias de hoje e que continua a ser explorado, deste construções a técnicas utilizadas no antigo Egito fomentam o interesse por essa civilização. Muito está por descobrir e entender e isto reflete-se na importância histórica dessa civilização. Se não houvesse criações, provas da existência, poder e avanço do Egito, hoje seria uma civilização apagada, esquecida com o tempo. Por isso, as obras criadas foram fundamentais para que hoje o Egito tenha a importância histórica que tem.”;

(Estas respostas são referentes à segunda pergunta sobre o impacto da tecnologia no Antigo Egito)

  • Inquirido nº26: “Considerando que o uso das tecnologias ia ser aproveitado da mesma forma que acontece atualmente, a herança cultural do antigo Egito seria muito mais pobre. Na atualidade, a sociedade move-se pela lei do mais fácil e rápido e as tecnologias permitem que esse processo aconteça. Mais facilmente alguém escreve um texto na internet e/ ou procura informação na mesma do que recorre ao papel. Este processo enfraquece a herança material e torna tudo mais superficial e, ao mesmo tempo que mais acessível, também mais fácil de ser perdido. Se o antigo Egito tivesse acesso às tecnologias do século XXI, e as usasse da mesma forma, a necessidade de criação de elementos físicos diminuía exponencialmente e muito do que se conhece hoje do Egito não existiria. Talvez a importância que é dada ao Egito deixaria de existir, porque os elementos que cativam o estudo dessa civilização não existiriam.”;
  • Inquirido nº36: “Não haveria tanta história contada de forma tão especial como a vemos hoje no Egipto. Não haveria tantos monumentos e penso que não teriam tanta fé nos deuses e nas suas crenças o que afetaria muita no resto da história.”;
  • Inquirido nº19: “Se tivesse acesso às tecnologias do século 21, teria-se concentrado em desenvolver mais a tecnologia em vez de desenvolver a própria cultura.”.

Encerrando o tópico do Egito, passamos para a Grécia Antiga onde temos perguntas similares porém aplicadas a esta cultura. A quase totalidade dos participantes respondeu de forma afirmativa quando questionados sobre se a Grécia tinha uma grande herança cultural e se esta tinha sido importante para a evolução humana. Gráfico de respostas do Forms. Título da pergunta: Considera que a Grécia Antiga tem uma grande Herança Cultural?
. Número de respostas: 40 respostas. Gráfico de respostas do Forms. Título da pergunta: Considera que a Herança Cultural deixada pela Grécia foi/é importante para a evolução humana?
. Número de respostas: 40 respostas.

Em seguida, e ainda no tema da Grécia Antiga, o questionário inquiria sobre qual/quais a/as coisa/as que as pessoas associavam à Grécia, onde podemos ver uma maior distribuição dos votos por todos os campos, e com os fatores de ensinamentos, culturais e religiosos a serem mais associados aos gregos do que os fatores físicos como os artefactos e monumentos. Esta pergunta levou-me a concluir que neste caso as pessoas associam muito mais a ideia de preservar a memória de um país/cultura em formato de ensinamentos, como livros, e transmissão de cultura e valores do que propriamente com monumentos e artefatos.

Foi ainda perguntado sobre o impacto que as obras feitas na Grécia teriam tido na história do país caso nunca tivessem acontecido, pergunta à qual grande parte dos inquiridos respondeu que o país não teria a mesma importância histórica que teve, porém com algumas pessoas a opinar que a Grécia teria tido a mesma importância histórica caso as suas obras não tivessem sido feitas. Por fim, esta seção acabava com uma pergunta sobre o impacto da tecnologia na Grécia Antiga, com 75% dos inquiridos a afirmar que a herança cultural da Grécia seria afetada caso este povo tivesse tecnologia atual para guardar a sua informação, e 25% a achar que a herança cultural grega não teria sido afetada.

Estas respostas levam-me a concluir que devido a uma mudança de paradigma as opiniões mudaram. Se antes o Egito, conhecido por seus monumentos e obras físicas, teve mais pessoas a achar que as tecnologias impactam a sua importância histórica, neste caso da Grécia, sendo uma civilização mais ligada a temas culturais e da área do saber, algumas pessoas consideraram que as a tecnologia não teria afetado muito o que deixariam para o futuro. Gráfico de respostas do Forms. Título da pergunta: Quando pensa na Grécia Antiga o que vem á cabeça? (pode selecionar 1 ou mais opções)
. Número de respostas: 40 respostas.

Cada pergunta tinha também uma pergunta de resposta aberta onde os participantes poderiam justificar as suas escolhas e de entre as diversas respostas gostaria de destacar algumas: Gráfico de respostas do Forms. Título da pergunta: Considera que a Grécia seria a mesma e teria a mesma importância histórica caso as suas obras não tivessem sido feitas?
. Número de respostas: 40 respostas. Gráfico de respostas do Forms. Título da pergunta: Imaginemos que a Grécia Antiga tinha acesso a tecnologias do século XXI. Acha que a sua Herança Cultural teria sido afetada de algum modo?
. Número de respostas: 40 respostas.

(Estas respostas são referentes à primeira pergunta sobre a importância das obras gregas para a sua relevância histórica.)

  • Inquirido nº13: “Tal como o Egito, a Grécia também foi importante na constituição da nossa atualidade”;
  • Inquirido nº21: “Muita da importância histórica atribuída à Grécia Antiga deve-se às construções, escrituras e artes produzidas, que despertam o interesse no estudo dessa época. Por isso, a não existência das obras enfraqueceria a vontade de entender essa civilização, impactando a importância histórica da Grécia.”.

(Estas respostas são referentes à segunda pergunta sobre o impacto da tecnologia na Grécia Antiga)

  • Inquirido nº20: “O uso das tecnologias na atualidade diminui as criações físicas uma vez que a sociedade procura o mais rápido e acessível. Se na Grécia antiga se recorresse às tecnologias da mesma forma que hoje em dia, muitas das criações que marcam essa época não existiriam, logo a herança cultural seria afetada.”;
  • Inquirido nº24: “Tudo que é material tem tendência a passar por vários anos, o digital pode ser rapidamente apagado.”;
  • Inquirido nº40: “A tecnologia é capaz de afetar a forma como vivemos e fazemos coisas. Caso a Grécia antiga tivesse acesso a nossa tecnologia, isso também iria afetar a herança cultural deles.”.

A próxima secção do questionário é voltada para a evolução histórica e esta pretende entender a opinião dos inquiridos sobre temas como a digitalização e se ela põe ou não em causa a nossa herança cultural. Pretende ainda saber se muitos dos conhecimentos que se perderam ao longo dos tempos se deveram devido à crescente mecanização.

A primeira pergunta é referente ao aparecimento da tecnologia e se esta põe ou não em causa a herança cultural dos povos, nesta pergunta as respostas foram muito divididas com 50% a dizer que sim e 45% a afirmar que não. Por estas respostas podemos perceber que este tema é um tema um pouco polémico e que gera muita diversidade de opiniões entre o público. Gráfico de respostas do Forms. Título da pergunta: Acha que com o aparecimento da tecnologia a Herança Cultural dos povos atuais está em risco?. Número de respostas: 40 respostas.

A fazer a ligação entre este novo tópico e os anteriores vem a segunda pergunta em que os participantes são inquiridos sobre a perda de conhecimentos tradicionais ao longo dos anos e se acham que isso se deve à tecnologia. Cerca de 80% acreditam que de facto a tecnologia foi a causa da perda destes conhecimentos tradicionais, e somente 20% acreditam que a tecnologia e mecanização não foram os causadores desta perda.

Analisando estas respostas, posso concluir que a maioria das pessoas confirma a teoria de que as máquinas e sistemas digitais conseguem fazer o mesmo trabalho que uma pessoas, muitas vezes de melhor forma daí acharem correta a ideia de que a tecnologia veio acabar com muitas das práticas tradicionais.

Nesta pergunta havia ainda uma secção de resposta aberta onde os inquiridos podiam justificar a sua resposta, dos quais gostaria de destacar algumas respostas: Gráfico de respostas do Forms. Título da pergunta: Assumindo que muitos dos conhecimentos manuais de antigamente se foram perdendo ao longo do tempo. Acredita que isso se deu devido ao aparecimento e evolução mecânica e tecnológica?. Número de respostas: 40 respostas.

  • Inquirido nº19: “A utilidade da tecnologia nos dias de hoje é a facilitação da vida. Este interesse sobre a tecnologia estendeu-se, como sabemos, para todas as áreas na sociedade, havendo poucas áreas que continuam intactas à influência da tecnologia. Desde a medicina, à arquitetura, astronomia, todas as áreas hoje em dia têm o apoio da tecnologia. Essa prática não é necessariamente prejudicial, muito pelo contrário, se pensarmos nas melhorias que a tecnologia trouxe, nomeadamente na área da saúde, permitindo diagnósticos mais rápidos, eficientes e melhores respostas. No entanto, com essa facilitação, os processos manuais, que exigem mais esforço, conhecimento e técnica fôr deixados para trás e cada vez mais se vão perdendo no tempo.”;
  • Inquirido nº22: “Hoje em dia não é lucrativo, fazer o trabalho como antigamente, pois as máquinas vieram fazer mais depressa e com menos custos as mesmas coisas.”;
  • Inquirido nº15: “Os humanos em certo momento da história adotaram a lei do menor esforço, e muitas das coisas que requerem trabalho humano passaram a ser feitas por máquinas.”.

A pergunta final desta secção é direcionada diretamente ao tema do artigo, perguntado se os inquiridos acham que os meios digitais são a melhor forma de guardar e conservar a nossa herança cultural, ou se, por outro lado, acreditam que objetos/meios físicos são a melhor opção. Gráfico de respostas do Forms. Título da pergunta: Acha que os meios digitais são uma boa forma de guardar a nossa história? Ou por outro lado acha que através de elementos físicos (monumentos, escritas e artefactos) a nossa presença seria mais sentida futuramente?. Número de respostas: 40 respostas.

Apesar de algo repartido, as respostas tendem a cair mais para o lado de que os meios físicos seriam a melhor opção, visão da qual eu partilho. Esta pergunta tinha uma secção de resposta aberta, e, das respostas obtidas gostava de destacar algumas:

  • Inquirido nº22: “Se olharmos para as civilizações antigas, restou delas o que criaram, as obras físicas. Nesse sentido, se hoje deixamos todas as nossas marcas no formato digital, corremos o risco de sermos apagados da história, de não transmitirmos a nossa herança cultural e de não sermos um povo com interesse de estudo para as próximas civilizações. Muitas coisas boas resultaram do desenvolvimento da tecnologia, mas a cultura de facilitação, de “fast food” que vivemos pode condicionar o nosso futuro e a nossa marca. Podemos passar a ser nada, porque pouco construímos enquanto cá estivermos.”;
  • Inquirido nº18: “Seria melhor fisicamente pois duraria mais tempo e serviria de prova para mostrar que algo aconteceu. Considero o físico muito importante e acho que algo digital iria ser perdido em algum momento por falta de pessoas a acessar e por atualizações.”;
  • Inquirido nº40: “Acredito que os meios digitais, assim como um livro físico, tem poder de guardar e contar história futuramente.”;
  • Inquirido nº35: “Temos tanto interesse e curiosidade da história dos antigos povos, justamente por causa das coisas físicas que ficaram, por isso creio que futuramente algo físico seja tão chamativo como para nós agora.”;
  • Inquirido nº6: “Nada garante que os meios digitais permaneçam intactos futuramente. Ainda assim, a conjugação dos dois conceitos é o ideal para a preservação da Herança Cultural.”.

Para finalizar este questionário foram colocadas três perguntas onde os inquiridos faziam uma pequena previsão para o futuro. As perguntas consistiam em perguntar se as civilizações antigas abordadas anteriormente iriam continuar a ser fontes de interesse e de estudo no futuro, e sobre o avanço tecnológico e o impacto que este teria para nos fazer entender melhor o passado. A larga maioria dos inquiridos respondeu que “sim” à pergunta sobre as civilizações antigas e se estas continuariam a ser vistas como fontes de interesse e estudo no futuro, e respondeu também de maneira positiva quando questionados sobre se a evolução tecnológica iria permitir um melhor entendimento e estudo do passado.

Estas respostas estavam de acordo com o esperado e consigo concluir que de uma maneira geral as pessoas consideram de facto que a evolução tecnológica desempenha um papel essencial para o estudo do passado. Gráfico de respostas do Forms. Título da pergunta: Acha que o avanço tecnológico nos irá permitir entender e estudar melhor os acontecimentos do passado?. Número de respostas: 40 respostas. Gráfico de respostas do Forms. Título da pergunta: Acredita que no futuro as civilizações antigas como a Grécia e o Egito serão olhados como antiquados ou continuarão a ser fontes de interesse e estudo?. Número de respostas: 40 respostas.

Relativamente à pergunta sobre o avanço tecnológico e se este seria importante para estudar o passado, havia ainda uma secção de resposta aberta na qual os inquiridos podiam justificar a sua escolha. Das respostas obtidas gostava de destacar algumas:

  • Inquirido nº10: “Com a melhoria da tecnologia vai ser possível analisar artefactos que antes precisavam de pôr a vida humana em risco.”;
  • Inquirido nº40: “Pois o avanço tecnológico pode ser capaz de desvendar coisas do passado que ainda estão sem resposta.”;
  • Inquirido nº16: “A evolução tecnológica é uma peça fulcral para o entendimento do passado.”.

Para finalizar este questionário era pedido aos inquiridos para comentem a frase “entender o passado é essencial para construir o futuro”, e, das respostas obtidas, gostava de destacar algumas:

  • Inquirido nº6: “É através do passado que percebemos os nossos erros e acertos, e estudando isso podemos preparar o futuro muito melhor.”;
  • Inquirido nº26: “Aprender com os erros, saber o que foi feito e não correu bem e, do mesmo modo, entender o que correu bem, permite que tenhamos bases para construir o futuro. Sem passado não temos referências e por isso andamos ‘de olhos tapados’ a descobrir o mundo. Isto atrasa a evolução e condiciona-nos a começar tudo de novo, por isso conhecer e entender o passado é crucial para saber o que fazer (e não fazer) no futuro.”;
  • Inquirido nº24: “Entendendo aquilo que se fez, podem perpetuar-se hábitos que levam mais longe ou, pelo contrário, evitar comportamentos prejudiciais que já se tenham verificado.”.

Analisando estas respostas posso concluir que é praticamente unânime que as pessoas consideram que a chave para o futuro está no passado, e percebendo os acontecimentos e comportamentos antigos poderemos nos preparar muito melhor para o futuro.

De uma forma geral este questionário levou-me a concluir algumas coisas, de entre as quais gostava de destacar:

  1. A opinião popular é maioritariamente a de que a tecnologia não é nem foi uma coisa má por si mesma, porém a sua constante evolução ao longo dos tempos levou a que muitas coisas se perdessem.
  2. As civilizações antigas são muito importantes para a sociedade atual e possivelmente para as sociedades futuras também, no entanto isto só se deve ao facto de que certas civilizações nos deixaram uma herança cultural enorme, uma que resistiu ao tempo e conseguiu chegar até nós.
  3. O tema de qual é a melhor forma de preservar a nossa herança cultural é um tema que divide muitas opiniões, com diversas pessoas a achar que os meios físicos (monumentos, livros, artefactos, etc.) são a melhor forma, e com tantas outras a achar que os meios digitais são a melhor forma. Acredito então que a melhor forma de responder a este dilema seria juntar as duas formas. Juntando os meios físicos e digitais acredito que a herança cultural dos povos seria bem preservada, e acredito também que essa foi a opinião geral dos inquiridos.

Reflexão Final

Ao longo deste trabalho fui dando a minha opinião sobre diversos assuntos e perguntas que foram surgindo com o decorrer da escrita do mesmo, este tópico serve agora para explicar um pouco mais da minha opinião e para aprofundar um pouco mais também em algumas questões.

1. Será que os egípcios conseguiriam deixar um legado tão rico e uma herança cultural tão vasta se estivessem dependentes de meios tecnológicos?

R: Neste caso específico do povo egipcio acredito vivamente que caso os monumentos e artefactos não tivessem sido feitos, o Egito não teria a importância histórica que lhe é atribuída. Acredito nisto pois sou um grande adepto da preservação cultural em meios físicos pois considero que desta forma a herança cultural será mais resistente à passagem do tempo.

Como foi referido aqui neste artigo a passagem do tempo é algo que pode ser muito positiva pois traz novas inovações tecnológicas e científicas que ajudam imenso a humanidade porém é necessário ter em conta que a passagem do tempo requer uma constante atualização e aprimoramento dos meios usados o que me leva a crer que caso o Antigo Egito tivesse a sua herança Cultural guardada em meios tecnológicos, grande parte dela seria perdida com o tempo.

Acredito ainda numa opinião levantada por um dos inquiridos do questionário que diz que caso os egípcios tivessem meios tecnológicos como no séc. XXI eles preocupar-se-iam em evoluir os meios tecnológicos ao invés de evoluir a sua cultura. Deste modo acredito que caso esse fosse o caso a humanidade estaria num nível tecnológico muitíssimo mais avançado que o nível atual, porém em termos culturais acredito que o Egito não teria a mesma importância histórica que tem hoje em dia. Seria muito importante, mas acredito que não tanto como é considerado agora.

 

2. Será que a Grécia antiga tinha chegado onde chegou se dependesse de maquinário eletrónico e sistemas tecnológicos?

R: Assim como no Egito, acredito vivamente que a Grécia não seria a mesma caso tivesse-se tecnologia do séc. XXI.

Este povo é um tanto quanto diferente do Egito pois se no Egito as suas obras eram mais voltadas para objetos e construções físicas, na Grécia o foco foi em conhecimentos e avanços em diversas áreas da sociedade.

Como foi mencionado anteriormente a passagem do tempo é algo que pode ser muito positiva pois traz novas inovações tecnológicas e científicas que ajudam imenso a humanidade porém é necessário ter em conta que a passagem do tempo requer uma constante atualização e aprimoramento dos meios usados o que me leva a crer que caso a Grécia Antiga tivesse a sua herança Cultural guardada em meios tecnológicos, grande parte dela seria perdida com o tempo, porém não totalmente.

Acredito que os conhecimentos gregos em certa parte iriam beneficiar se fossem guardados em suporte digital pois chegariam mais claramente até nós sem correrem o risco de serem mal interpretados ou destruídos, ou simplesmente oprimidos por quem está no poder. Isto leva-me a crer que de certa forma a Grécia Antiga teria beneficiado dos meios tecnológicos.

Esta posição surpreende-me pois é algo que não pensava dizer, no entanto com tudo o que está associado a este tópico acho que caso os gregos tivessem tido tecnologia eles não só iriam continuar a ter uma enormíssima importância histórica, como uma herança cultural ainda maior, possivelmente. Visto que as obras gregas são focadas no conhecimento acredito que se eles tivessem a oportunidade de aprofundar mais esse conhecimento a humanidade como a conhecemos estaria num patamar infinitamente mais alto do que está atualmente.

 

3. Porque é que não ouvimos falar tanto dos Maias como dos dois povos que referi anteriormente?

R: A meu ver o problema reside em um distanciamento cultural demasiado grande para as civilizações europeias. Sendo que os Maias habitaram a região da América Central, e esta região possui, ainda hoje, culturas e povos muito característicos, é normal a civilização Maia não ser tão falada, contrariamente às civilizações anteriormente mencionadas que serviram de base para tudo o que temos atualmente, quer a nível social, quer a nível tecnológico.

Para além disso a herança cultural dos Maias foi muito afetada ao longo dos anos e não foi possível preservar tudo até aos dias atuais. Para além disto os Maias tinham a sua própria escrita e linguagem, sendo que muita dela ainda não foi decifrada o que torna muito mais difícil o estudo desta civilização.

4. O que acha sobre, apesar de tanta evolução tecnológica que ocorreu ao longo dos tempos, o livro ser o único meio que mantém consistente?

R: Este facto, para mim, é um dos mais fascinantes de todo o tema da evolução tecnológica. Considero que os livros sempre foram e continuam a ser uma das fontes mais credíveis de informação. Um exemplo claro é caso estejamos à procura de uma informação qualquer, se num livro estiver escrito uma coisa e num site qualquer da internet estiver escrito o oposto, o livro será sempre visto como a opção certa, mesmo que não o seja de verdade.

Os livros têm esta mística associada de que se alguém escreveu e foi publicado num livro é algo credível feito por alguém com conhecimento, e acredito que isto se deve maioritariamente ao controlo que é feito de quem publica um livro. Nem toda a gente pode ser escritora e antigamente esse cargo era ainda mais restrito, dado só a quem tinha de facto competência. Devido a isto acredito que este seja o principal motivo pelo qual os livros sempre se tenham mantido como a fonte primordial de guardar informação.

Apoio a que os livros continuem a ter a mesma relevância de armazenamento de informação que têm tido ao longo dos tempos e acredito que será isso que vai acontecer, porém a crescente digitalização assusta-me um pouco pois temo que em algum momento decidam passar literalmente tudo para meios digitais e que os livros comecem a cair em desuso. Espero que não aconteça, porém o medo é real e a ideia desta mudança é algo bastante concebível caso a humanidade continue a evoluir no caminho que está agora.

 

5. O que seria deste mundo digital caso uma catástrofe acontecesse no Planeta Terra?

R: Este tema das catástrofes naturais é algo que eu acho muitíssimo interessante, e que me dá muito prazer de investigar. Catástrofes como meteoritos cairem na Terra, tsunamis que causam destruição de civilizações, terremotos e outros são o prato do dia quando investigamos a história da Terra.

Para responder a esta pergunta vou assumir que a catástrofe falada é um asteróide cair na Terra, como já aconteceu tantas vezes no passado. Acredito, como é óbvio, que este evento levaria à morte dos humanos, se não de todos pelo menos da quase maioria de nós e naturalmente o mundo digital construído pela raça humana morreria também.

Este mundo digital requer pessoas a atualizá-lo e a mantê-lo estável a todo o momento, o que, naturalmente, não seria possível sem humanos a andar pela Terra. Isto eventualmente levaria ao seu colapso e subsequentemente à perda de toda a informação que nele estava armazenada. Por outras palavras, todo e qualquer vestígio do ser humano que estivesse em suporte digital morreria connosco.

Isto leva-me a concluir algo mais além desta pergunta. Será que os meios físicos como por exemplo as pirâmides do Egito sobreviveriam? A meu ver a resposta é afirmativa pois no período de vida das pirâmides elas já passaram por muitas catástrofes e sobreviveram para mostrar que antes de nós chegarmos a este mundo já tinha havido alguém cá antes de nós.

Tendo tudo isto em consideração acredito que a melhor forma de preservar a nossa história e a nossa herança cultural seja mesmo os meios físicos, capazes de resistir à passagem do tempo e que estarão por cá durante muitos anos para mostrar e dar a entender que nós também cá estivemos.

 

6. Que vestígios teriam os futuros seres da nossa presença aqui na Terra? Será que um dia mais tarde ninguém vai saber o que fizemos, quem fomos e que impacto tivemos?

R: Como referi antes acredito que a melhor forma de preservar a nossa herança cultural é deixando provas físicas da nossa presença na Terra.

Considero que atualmente a transformação digital está a decorrer a um ritmo muito rápido e isso preocupa-me. Os processos que outrora foram manuais agora são todos mecanizados e excluindo trabalhos que requeiram imaginação, criatividade e espontaneidade todo o resto poderia facilmente ser feito através de máquinas. Normalmente precisamos de um humano para supervisionar as máquinas, porém com os avanços da inteligência artificial provavelmente é uma questão de tempo até que todas as máquinas sejam supervisionadas por outras máquinas.

Assim como disse anteriormente acho que a transformação digital é muito boa porém acredito também que guardar tudo em meio digital e passar tudo para sistemas mecanizados e digitais não é, de todo, uma boa forma de preservar a nossa herança cultural.

Para responder diretamente às questões, acho que caso os humanos tenham a consciência de que o digital pode acabar um dia e se isso acontecer perdemos tudo o que construímos, e para isso fizerem esforços para deixar obras físicas em complemento com as digitais o futuro irá sim saber quem nós fomos e saberá a nossa herança cultural.

Se por outro lado a transformação digital não for controlada e todos os processos e informações passarem completamente para o digital acredito que é só uma questão de tempo até que tudo colapse e se perca toda a história humana.

Conclusão

Ao longo deste artigo fui me apercebendo de várias coisas, entre elas gostava de destacar a importância dos meios físicos na preservação cultural. A minha escolha de tema deveu-se a eu achar de antemão que os meios físicos iriam ser sempre melhores do que os digitais, e ao ver esta transição digital tão grande na sociedade atual assusta-me.

Espero que este artigo tenha respondido à pergunta inicial, pergunta esta à qual eu já tinha dado a resposta internamente há muito tempo. Espero ainda que este artigo sirva como uma forma de aviso e alerta para o futuro, pois se ele não for controlado será algo desastroso. As respostas obtidas no questionário realizado foram esclarecedoras de que a maioria das pessoas pensa como eu, provavelmente não totalmente, mas certamente nos pontos primordiais que guiaram a escrita deste artigo.

Em tom de conclusão gostava de agradecer a oportunidade ao professor Pedro Rosário por me ter deixado trabalhar este tema que me diz tanto de uma forma, espero eu, tão única e pessoal.

“Entender o passado é a base para a construção de um futuro melhor, através do passado podemos entender quem somos e de onde viemos para assim nos guiarmos neste caminho.” (Rafael Coelho, 2023).

Bibliografia

(Todos os sites e links listados aqui foram abertos pela última vez no dia 1 de junho de 2023 como forma de garantir que estão todos ativos e disponíveis para consulta)

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Link para o questionário realizado: https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSfPj3LtdrngphOSRh4_Kbk_ExOGTaaUi5kksQGVgpJQQCVgGQ/viewform?usp=sf_link