Quando a URSS colapsou no final dos anos 80, Mikhail Gorbatchov invocou o papel crucial que a tragédia da central nuclear de Chernobyl teve no desejo da sociedade soviética em virar definitivamente a página do comunismo.
Moscovo tinha uma indústria nuclear e uma infraestrutura científica das mais avançadas do mundo pelo que o desastre de Chernobyl devia-se não a deficiências tecnológicas mas sim ao sistema totalitário que politizava todos os aspectos da sociedade soviética, ao ponto de desincentivar a honestidade intelectual no sistema de energia.
Sem dúvida que a esclerose da economia socialista teve um enorme impacto na qualidade de vida da URSS ao fim de 70 anos mas é interessante verificar que as sementes da revolta e do descrédito, começaram com a reprovação do totalitarismo.
No Ocidente, muitos dos males que nos assolam nos dias que correm advêm da Revolução Sexual que, desde 1968, inverte as normas sociais, perverte a moralidade e incute comportamentos desviantes a toda a sociedade.
Não foi coincidência que, uma década depois dos slogans hippies ‘make love not war‘, ‘love is all you need‘ ou ‘turn on, tune in, drop out‘, os anos 80 abrissem com uma epidemia de SIDA que dura até aos dias de hoje. A Contracultura havia apelado à destruição das normas e das tradições, e a natureza revelou o porquê da existência de muitas das normas ancestrais. Sexo pré-marital, sexo promíscuo, sexo homossexual, uso colectivo de narcóticos, tudo normalizado levou à explosão de DSTs nos EUA, com epicentro em Nova Iorque e na Califórnia.
Na década de 80, a epidemia de SIDA ceifou a vida de 100 mil americanos e tornou-se a segunda causa de morte entre homens adultos, de acordo com o CDC. O número de mortes até hoje já ultrapassa as 700 mil.
Como recompensa pelos excelentes conselhos dos revolucionários, os cidadãos americanos continuam a votar entusiasticamente na Esquerda até aos dias de hoje, no litoral. O mesmo fenómeno pode ser observado nas capitais europeias.
Só ocasionalmente é um político de Direita eleito, como foi o caso de Rudolph Giuliani em NYC, quando os nova-iorquinos já desesperavam com a onda de criminalidade que grassava na cidade, depois de décadas de políticas esquerdistas.
Um outro aspecto que é silenciado pelos media, é a vitimização das pessoas com Trissomia 21; esta civilização não é para quem tenha Síndrome de Down…
Começando por salientar que, desde os anos 60, houve uma explosão no número de nascimentos de bébés com Down, sendo que nos EUA o número quadruplicou.
Como está isto relacionado com a Revolução Sexual? Devido ao motivo para o crescimento exponencial: mulheres com 40 anos têm 10 vezes mais probabilidade de dar à luz uma criança com Down do que mulheres com 20 anos.
Ao longo dos anos, a Esquerda humilhou as mulheres sem carreira e dedicadas à gestão do lar e à educação dos filhos. Simultaneamente, a narrativa social caracterizou triunfalmente as mulheres ‘emancipadas’, com carreira e sexualmente promíscuas, com séries como ‘O Sexo e a Cidade’ alimentando os sonhos de muitas adolescentes. A consequência foi o incentivo ao adiamento da maternidade ou a sua abdicação total. Na década de 2010, mulheres de carreira já faziam cabeçalhos queixando-se da falta de meios para a conjugação dos objetivos familiares e profissionais das mulheres, para aquelas que escolhiam ambos ao mesmo tempo.
A situação piorou ainda mais com a incidência de patologias em bébés nascidos de mães nos seus 30 e 40.
Em países como a Austrália, o número de nascidos com Down até está abaixo do que era em 1900 mas… tal deve-se ao uso generalizado do aborto como técnica preventiva. Na Islândia, tal prática é de tal modo inerente, que a Trissomia 21 foi fundamentalmente extinta na ilha nórdica.
Consistindo o Síndrome de Down numa deficiência intelectual e cognitiva, aonde está, então, o problema em erradicá-lo? A resposta é óbvia mesmo para aqueles que não querem ver; digamos que a Islândia não publicita nos folhetos turísticos, o seu marco histórico da ‘cura’ da Trissomia 21… Na verdade, o tema é mesmo praticamente tabu entre os islandeses.
A Islândia não curou o Síndrome de Down com investigação científica ou com alguma alteração das normas sociais que permita às mulheres planear uma família mais atempadamente. A Islândia fugiu para a frente, tapando o problema em vez de o resolver responsável e consequentemente. Existem outros problemas de saúde associados à gravidez geriátrica e à recorrência sistemática ao aborto como método contracetivo. Nem referindo as sequelas fisiológicas, que dizer das sequelas psicológicas para os progenitores?
Simplesmente, o método é demasiado semelhante ao programa nazi T4 de eutanásia coerciva de pessoas com deficiência, para que muitos se sintam confortáveis com a sua divulgação.
Uma vertente ainda mais perversa do fenómeno da Trissomia 21, é a vulnerabilidade destas pessoas ao abuso e ao oportunismo da sociedade ultra-individualista do século XXI, sobretudo tendo em conta que em famílias modernas, ambos os pais trabalham. O abuso pode passar por indivíduos membros do círculo social e familiar mas também pela
influência nefasta dos media e da sociedade, na ausência da supervisão parental. Um dos dados mais deprimentes é o surgimento da agenda LGBT na comunidade com Down. Mais preocupante ainda é a desproporção de disforia sexual em pessoas com Down e autistas – uma outra patologia coincidente em quase tudo, à Trissomia 21. Por outras palavras, a engenharia social desviante e a sua respectiva propaganda, que já têm resultados dramáticos em adolescentes, são ainda mais insidiosos na mente de pessoas com problemas de socialização, precisamente por prometerem aceitação e normalização miraculosas a quem adere à narrativa.
Uma vez mais, nenhum decisor político ou partido promotor da ideologia de género, terá que arcar com nenhum tipo de responsabilização civil ou criminal. Leis como a 38/2018 vetada pelo Presidente da República, procuram explicitamente retirar crianças da autoridade dos pais através da ‘autodeterminação de género’. Como diz o Bloco de Esquerda nas suas manifs, “autodeterminação não tem idade” pois se o objectivo é a igualdade, e o ‘género’ é uma construção social, então a maturidade também pode ser uma construção social. Desconstrução completa.
A promessa tóxica dos John Lennons era a de destruir a tradição e recomeçar de novo. Com os soixante-huitards no poder, essa promessa avança de vento em popa.
A família tradicional e a moral milenar cristã mantinham a ordem mas com a sua destruição, a sociedade pós-moderna é dominada pela ‘Lei da Selva’ e na ausência de ordem, apenas os mais fortes sobrevivem. A predominância do narcisismo na classe política e na sociedade em geral, é a consequência lógica de um sistema sem regras. O sacrifício dos mais vulneráveis é nada mais do que comorbidade colateral. Tal como os inconsequentes que acumulam cartões de crédito para pagar outros créditos, a nossa sociedade tenta corrigir atalhos falhados com outros tantos improvisados. Reencontrar o rumo exigirá o sacrifício de parte da expedição.
A prazo, a sociedade cairá ainda mais fundo no absurdo e na disfunção até o eleitorado finalmente perder a fé no sistema, como aconteceu na Rússia. Os fenómenos destrutivos descritos e muitos outros agravar-se-ão ainda mais e muitos serão sacrificados ao altar da ‘igualdade’. Menos certo é se o futuro pós loucura contará ainda com um Estado chamado Portugal ou com uma civilização Ocidental.