Um texto que pretende desmistificar os aspectos mais desconhecidos do público em geral relacionados com este animal: custos de possuir e manter, a comparação da sua personalidade com outros animais, e algumas referências do mundo hípico em Portugal. Texto de Ana Vieira Vicente em colaboração com João N.S. Almeida. Fotografias, quase todas, de Ana Vieira Vicente na Feira da Golegã de 2023.
Junto do público em geral existe uma ideia muito difusa quanto aos temas que se pretende abordar neste texto: quanto custa um cavalo, quanto custa mantê-lo, que condições são necessárias — em propriedade própria (do indivíduo ou da família), em propriedade de entidades terceiras —, se serve para animal de estimação, para animal de tracção — com vista à locomoção de passageiros ou bens — ou para animal de outros usos, e como é a sua personalidade.
Para ajudar a perspectivar estes pontos, podemos pensar como se comparam os custos e as exigências materiais e temporais de possuir e tratar de um cavalo com as exigências de outros animais e veículos: como se compara com um cão de raça, com animais de criação de tipos vários, com meios de locomoção ou lazer tais como um automóvel, uma moto-de-água, um pequeno barco, um iate, etc. Tratamos também, e principalmente, dos aspectos da personalidade deste animal e das suas semelhanças e diferenças com outros animais bem conhecidos, assim como a consideração do cavalo como meio de transporte.
Por último, e numa perspectiva mais sociológica, podemos pensar na ideia que com certeza estará presente na generalidade do público de que se trata de um animal de elite: que ter um cavalo, manter um cavalo e estar no meio dos cavalos é uma actividade acessível a poucos, quer por questões de custos, quer por questões de meio social. Terminaremos recomendando alguns sítios de qualidade onde as pessoas podem ter um primeiro contacto com o mundo equestre em geral e com o animal em específico.
I. Condições, Valores de Aquisição e de Manutenção
Condição imprescindível para a posse de um cavalo é a existência de algum espaço. Uma área condigna para dormitório do animal terá de ter, no mínimo 12 metros quadrados. Este é, na verdade, o único requisito absolutamente necessário em termos de disponibilidade de propriedade privada – tal como uma garagem para um veículo automóvel – pois, caso existam condições para isso, o resto da vida do animal pode ter lugar em espaços públicos, como, por exemplo, como estradas em geral, campos desportivos, descampados, sendo que a característica mais importante é que o solo deve ser solto, mole e pouco denso. O animal pode assim viver onde exista a possibilidade de o ter em espaço privado com espaço público circundante condigno, ou pode alternar entre um espaço deste tipo, mais limitado ou menos limitado, e a frequência de um espaço ligado à sua actividade mais específica, como, por exemplo, uma escola agrícola profissional, ou um centro hípico
Em termos então de custos propriamente ditos, comecemos com o valor de aquisição de um cavalo. Existem vários fatores que condicionam o preço: a ascendência (se o progenitor ou a progenitora ganhou alguma prova, por exemplo); se o progenitor foi um bom reprodutor (premiado); a raça (ou a pureza da mesma); a coudelaria de onde é proveniente; se já tem algum ensino ou não, etc. E claro, juntamente com tudo isto, o valor que se está disposto a pagar, ou seja: se pretende um cavalo jovem, de “raça” (puro) e “de ferro” (significando a marca da coudelaria inscrita no corpo do cavalo) ou se se pretende um “penco” (gíria equestre para cavalos que não são puros e não têm ferro). Assim, temos por volta de 1.500€ a 2.000€ (para pencos), enquanto que para cavalos de raça e de ferro começam nos 5.000€ a 6.000€, podendo atingir tectos muito superiores mas que não interessam aqui para o caso.
Prossigamos então com o campo muito diversificado da manutenção de um cavalo, que inclui tanto aspectos que são fundamentais como outros que podem ser opcionais, conforme as condições pré-existentes e também as preferências de cada um. Primeiro, os fundamentais: a alimentação (constituída por feno, alimento composto — ração — e suplementos em caso de necessidade); produtos de higiene, dos quais falaremos à frente; ferrador e, por último, veterinário.
Em relação à alimentação: claro, também depende se se compra uma ração na Agriloja ou se se compra uma ração tipo SF Rações, super especializada. Depois há rações que são específicas para cavalos de desporto, para éguas que estão em período de amamentação; isto varia muito, mas, claro, existem também preços mais acessíveis, sacos de rações de 50 kg (30€, por exemplo). Sem contar com suplementos, que são opcionais; por exemplo, alfarroba na ração, outros como farelos para criar mais constituição física, uns que têm vitaminas, e isso também depende muito do valor que se está disposto a gastar na alimentação do cavalo. Por mês, dir-se-ia que se gastará cerca de 50€ com o básico da alimentação de um cavalo.
No caso do ferrador, trata-se de uma actividade necessária e que dificilmente consegue ser atendida pelo próprio dono: os valores podem variar entre 60/70/80 euros por vez, tendo em conta que se podem de quatro em quatro/ seis em seis meses. Mas os cascos são como as unhas, eles crescem com rapidez, portanto depois todo o trabalho do ferrador é fisicamente muito muito pesado e, claro, existem ferradores mais experientes e ferradores menos experientes. Quando os ferradores cortam e aparam os cascos não os magoam. Os cascos são as suas unhas. Tal como nós não nos magoamos a cortar as unhas, os cavalos também não sofrem com este procedimento
Quanto ao veterinário, deixemos uma breve descrição daquilo que é expectável no caso dos cuidados de saúde de um cavalo. Às vezes é uma questão de sorte: pode ter-se um cavalo super saudável e que só precisa das vacinas básicas anuais ou que tem uma “gripezinha”, sendo que nesse caso vai lá o veterinário só para ter a certeza de que fica tudo bem e está tudo certo, ou então tem-se cavalos que estão sempre com uma doença qualquer: um abcesso de casco, uma cólica, um parasita interno, um problema respiratório. Portanto com o veterinário também depende muito do cavalo em específico e de como este vem para as mãos do dono: isto também depende muito do sítio onde o foram buscar. Claro que há excelentes casas, algumas até onde a mais fina flor vai adquirir os cavalos e, em relação a esses, sim, tem-se a certeza de que são super saudáveis e que não têm qualquer problema, mas tem de se estar disposto a largar muito mais dinheiro logo no custo de aquisição que, portanto, os assegura como animais super saudáveis. Porém, se se vai a um sítio que tem uma produção de cavalos menos “formal” ou a um amigo do amigo que conhece alguém que tem cavalos às vezes, nem sempre é o melhor sítio nem a melhor maneira de adquirir um animal, o que pode resultar nos imprevistos acima referidos.
Mas, na verdade, os profissionais da área como tratadores, cavaleiros, veterinários e ferradores não têm os seus valores por serviço “expostos” em sites e variam de profissional para profissional por isso não é exactamente possíbel apresentar valores exactos. Apresentaremos, no final, médias para todos estes casos.
Quanto a uma média de mensalidade para todos estes cuidados básicos, no caso de se pagar a alguém ou a alguma empresa que trate de tudo ou quase tudo, no geral é difícil dizer porque depende dos cuidados opcionais abrangidos, do valor do ferrador, do valor do veterinário e não só: ou seja, existem, por exemplo, pessoas que pedem 100/120 euros (depende do sítio) por mês, depois outros que pedem 500/600/700 [euros] e isso pode ou não incluir ferrador, pode ou não incluir veterinário [raramente inclui]. É necessário saber quantas vezes por semana o cavalo é trabalhado, que tipo de exercício é que se pretende que o cavaleiro faça, e todos estes fatores.
No campo dos opcionais, caso a disponibilidade do próprio dono, ou o seu conhecimento, não seja muita, há que contar com, por exemplo, pagar a um tratador e pagar a um cavaleiro para trabalhar o cavalo se não o puder fazer. Ainda, caso não se possua transporte próprio para o cavalo, é necessário pagar a alguém que tenha um atrelado ou um camião específico para cavalos. Além disso, havendo dinheiro, há muito por onde gastar com um cavalo. Nos produtos de higiene, há por exemplo uma espécie de creme para cascos para que os cascos cresçam saudáveis, um shampoo para as crinas 10, um amaciador para as crinas 15, um para deixar o pelo mais brilhante 15. Enfim, pode ter-se toda uma panóplia de produtos de higiene ou optar por um regime mais regrado. E ainda não falámos dos arreios, ou seja, de todos os equipamentos que um cavalo inclui: sela/selim (260€ a 1400€); a cabeçada entre os (45€ e 200€); o cabeção (45€ a 69€); as caneleiras (15€ e 100€), os suadores (18€ e 35€), o cobrejão para tapar o cavalo à noite (47€ e 200€); depois tens cobrejões com pelo de carneiro, tens cobrejões simples, tens cobrejões para o verão que são uma espécie de rede mosquiteira para quando estão no pasto ou mesmo em cavalariças quando há imensas moscas não estarem constantemente a morder-se. Portanto há mesmo muito por onde gastar com um cavalo. Não é propriamente uma manutenção barata, particularmente se sairmos dos básicos fundamentais e entrarmos nos acessórios.
Mas, mais uma vez, há coisas em que se consegue poupar, dependendo do caso específico do animal: se o cavalo for saudável tem-se menos despesas de veterinário, se o cavalo não for montado com frequência há menor necessidade de ferrador, se está mais tempo a pasto no verão gasta menos ração e consequentemente gasta menos palha ou aparas de madeira para a cama — porque também existe o factor da cama e portanto há valores que se conseguem reduzir se existir um espaço próprio para o cavalo.
No final deste artigo podem encontrar uma tabela resumida com todos os valores de que falámos e respectivos totais, particularmente em comparação com outros animais e bens de locomoção e recreativos.
II. O Cavalo, a sua Personalidade e outros Animais de Companhia, Veículos Motorizados e Desporto
A comparação entre cavalo e cão, a nível de personalidade, mostra-nos que são dois animais em certa medida semelhantes mas também muito diferentes. Para começar, são tão leais e tão temperamentais um como o outro. Por outro lado, nem o tratamento necessário é tão pouco exigente, no caso do cavalo, como o é com o cão, nem o tipo de sociabilidade é exactamente idêntico. Os cavalos, por exemplo, dão-se muito bem com ovelhas e com cabras. Eles precisam de companhia, enquanto que o cão subsiste bem sozinho com o dono, embora também se possa dar perfeitamente bem com outros animais de companhia ou de criação.
Apesar de serem os dois muito sociáveis, o cavalo, sendo uma presa natural, tem muito mais susceptibilidade e muito mais atenção ao que o rodeia, a potenciais perigos, e daí ter também uma sensibilidade maior. Crê-se que é uma das grandes coisas que o caracteriza, e, claro, também o sentido de manada: portanto, sendo um animal também social, precisa muito de companhia, de estar acompanhado principalmente por outro cavalos; mas, não sendo possível, pelo menos por outros animais como as cabras ou ovelhas que são animais também de manada e muito sociais. O cão já não tem essa necessidade de estar com outro cão por exemplo embora seja sempre benéfico em contexto urbano ou em qualquer noutro contexto, é sempre bom os animais estarem acompanhados por outros animais da mesma espécie.
Além de serem bastante sociáveis, são bastante leais. São coisas que têm em comum: a lealdade, a facilidade com que se entregam aos seus tutores, a vontade de agradar, também, embora o cavalo consiga colocar o seu “modo de sobrevivência à frente da vontade de agradar, ou seja, ele tem como prioridade a identificação de um potencial perigo e se esse perigo existir ele ignora a ordem/comando do cavaleiro, mesmo com laços emocionais fortes com o mesmo. Já no caso do cão, aquilo que são perigos naturais para um cavalo não constituem perigos para o cão: aquilo que constitui um fator de medo para um cão não é o que constituí um fator de medo para um cavalo. Entre estes fatores de medo podemos encontrar qualquer coisa: pode ser uma poça de água, pode ser um saco de lixo abanado pelo vento, pode ser um som desconhecido no local onde ele costuma passar, portanto podem ser inúmeras coisas que nós, como seres humanos, não identificamos como perigo e que para eles são automaticamente perigo e depois, claro, têm as suas próprias reações ao perigo. No caso dos cães, eles reagem muito mais ao ataque do que propriamente à defesa; o cavalo é um animal muito mais defensivo e o cão é um animal à partida atacante, não necessariamente de forma literal, mas mais no sentido de enfrentar o perigo. Claro que também tem a sua reação ao medo, mas há uma diferença, porque o cão pode ser considerado um predador e o cavalo uma presa , portanto naturalmente há aqui uma diferença de comportamento, por causa destas contingências naturais. É isto que é importante reter.
Pensando no animal como meio de transporte, cujo papel já foi muito importante, pode dizer-se que dificilmente o cavalo será mais vantajoso que o carro para transporte em curtas distâncias. A diferença é que alguém entra no carro, liga-o e vai com muito mais conforto e facilidade, porque entra, ligas o carro e está feito. Em relação ao cavalo há todo o processo de aparelhar o cavalo —colocar-lhe todo o equipamento necessário para ser montado: sela/selim, cabeçada, caneleiras/ligaduras e outros acessórios — ou atrelar o cavalo consoante aquilo que se precise. É portanto um bocadinho mais complexo do que vantajoso — até porque no Inverno é bem mais confortável estar-se abrigado da chuva e do frio, e a cavalo estás exposto aos elementos naturais. Não é certo de que forma é que pode ser vantajoso, talvez ambientalmente, ou a nível de ligação com natureza ou de preferência pessoal do utilizador.
Abordámos ainda a ideia de montar a cavalo como prática de exercício físico. Para já, montar tem um desenvolvimento físico que é muito relacionado com isso; aliás, precisamos de força física para montar, portanto é um desenvolvimento muscular muito maior, de elasticidade também porque precisamos de elasticidade para conseguir subir para o cavalo, subir e descer do cavalo, mas depois temos outras modalidades como no caso dos obstáculos que precisam de outras posições durante o percurso de obstáculos que obrigam também a que o cavaleiro tenha uma propensão física maior, um físico mais desenvolvido; desenvolvido no sentido de, lá está, de força, de flexibilidade, elasticidade e tudo o que isso implica, portanto sendo um exercício físico naturalmente que é benéfico e que é positivo. A nível mental: no caso das crianças é uma ajuda para os tornar mais responsáveis portanto pode ser um fator de auto responsabilização perante um ser, no caso de ter de limpar o cavalo, aparelhar o cavalo, desaparelhar o cavalo, dar banho portanto dá também este sentido de responsabilidade em relação no caso das crianças, também nos adultos como é óbvio, mas nas crianças para desenvolver este sentido de responsabilidade acaba por ser interessante e importante. O benefício de montar a cavalo mentalmente deve ser o mesmo que existe quando existe outro exercício físico qualquer, a diferença é que se está conectado a outro ser vivo e não se está num ginásio onde não se tem conexão com os materiais que existem, com os equipamentos que existem nos ginásios. Está-se a criar uma conexão com um animal que tem medos, que tem vontades, que tem também a sua personalidade que pode ser mais amistoso. menos amistoso, mais social, menos social, pode ter algum trauma, pode não ter um trauma e ser naturalmente muito sociável e ser amistoso, basicamente é isto. Como se está a criar uma ligação com outro ser vivo pode dizer-se que se está a criar uma reciprocidade de sentimentos, ou seja, o cavalo retribui a amizade, o amor por ele e este fator de sociabilização também é bastante importante porque estamos a praticar um desporto com um animal, não estamos a praticar um desporto com um equipamento. Temos outros desportos individuais por exemplo como o surf ou outros que existam mas todos implicam ou a sociabilização com outro humano ou a sociabilização com um equipamento (?) e aqui está-se a criar uma sociabilização com outra espécie portanto. Portanto talvez esta conexão seja o diferencial entre o exercício físico normal (ginásio ou uma corrida) e a prática de equitação.”
Num apontamento final sobre estes aspectos da vida do cavalo e da sua viabilidade, por vezes vêem-se cavalos em zonas periféricas ou mais pobres das grandes cidades. É dúbio que estejam inteiramente bem tratados conforme os padrões do bem-estar animal contemporâneo: medidas certas dos acessórios, limpeza dos cascos, ração adequada, etc. É possível que sim, é possível que não. Dependerá caso a caso, mas com grande probabilidade não serão as melhores condições para ter um animal destes.
Por último, algumas curiosidades sobre a biologia específica do cavalo. É um animal que dorme de pé (!). Só raras vezes dorme deitado, particularmente se estiver muito fisicamente cansado. A sua fisiologia está perfeitamente preparada para que ela durma de pé e provavelmente evoluiu no sentido de conseguir manter uma posição pedonal perfeitamente relaxada e sem significativo esforço de modo a isso ser possível.
As orelhas dos cavalos são mais do que apenas o veículo de audição: elas comunicam-nos o estado de espírito do cavalo, ou seja, as diferentes posições das orelhas indicam-nos como se sente. Por exemplo: quando o cavalo tem ambas as orelhas para trás significa que o animal sente-se ameaçado ou em stress com alguma situação que esteja a ocorrer, está desconfortável ou adota uma postura mais defensiva; as orelhas para a frente indicam que o cavalo está atento e interessado em algo que se passa adiante; já no caso de uma orelha para a frente e outra para trás o cavalo está descontraído mas sempre atento ao ambiente que o rodeia.
Os breves “bigodes” que floreiam a boca do cavalo têm também uma importante função. Os lábios destes animais são dotados de pêlos tateis, que têm uma função sensorial que os auxilia na selecção dos alimentos quando estão a campo e também como “mãos” uma vez que é através destes pêlos que eles exploram o ambiente ao seu redor. Uma vez que a visão não é um dos sentidos mais apurados destes animais, a audição e o tacto através destes pêlos são os seus pontos fortes como presas que são.
À nascença: sendo o cavalo uma presa natural e não um predador, o seu principal mecanismo de defesa é a fuga. Os cavalos, mais ou menos duas horas depois do seu nascimento já estão aptos a galopar (3° andamento e que corresponde à nossa corrida) em caso de necessidade de fuga a um predador
Tal como os restantes animais, os cavalos têm uma excelente percepção do estado de espírito dos humanos: assim, é importante que o cavaleiro se encontre calmo e descontraído aquando o seu tempo de treino ou prova.
Existem muitas raças de cavalos, mas o lusitano é o cavalo de sela mais antigo do mundo, ou seja, o cavalo que há mais tempo é montado.
Os cavalos também têm os seus melhores amigos, membros da manada (ou do centro hípico, ou da coudelaria) que passam mais tempo junto deles. O seu gesto de amizade é coçar o pescoço do amigo com os dentes.
III. Alguns pontos de interesse da vida hípica em redor da Grande Lisboa
Na zona da Grande Lisboa é recomendável a visita tanto à Sociedade Hípica Portuguesa no Campo Grande — uma sociedade de elite onde quase só se encontra a fina flor lisboeta, como é óbvio, aqueles com condições para suportar a posse e a manutenção de cavalos no centro de Lisboa — e também a Companhia das Lezírias, na margem sul.
A Sociedade Hípica Portuguesa (SHP) é uma instituição que já está estabelecida mais de cem anos em Lisboa. É conhecido na gíria como “Hipódromo do Campo Grande”: a sua fundação foi dirigida para corridas de cavalos (no sentido de hipódromo). Neste momento é um local social, mais direcionado para as pessoas reclacionadas com o mundo equestre, onde se encontram as pessoas da zona de Lisboa que têm cavalos ou montam a cavalo na zona de Lisboa: tem também um restaurante e funciona como centro de convívio para a comunidade hípica de alto nível. Está no centro de Lisboa e não existe mais nenhum centro hípico que esteja localizado no coração de Lisboa: existem outros, mas estão nos arredores, e este, de acordo com o seu estatuto de elite, traz a Portugal uma série de outros cavaleiros internacionais na época dos campeonatos e das provas das modalidades equestres, de acordo com a calendarização da Federação Equestre Intenacional; as modalidades mais praticadas na SHP (modalidades equestres) são a Dressage e os Saltos de Obstáculos, são os mais comuns entre as várias modalidades equestres que existem estas são as duas mais praticadas na SHP embora haja uma natural propensão para os Obstáculos; parece que sempre foi um local mais dado à pratica de Saltos de Obstáculos do que propriamente Dressage mas existem cavaleiros das duas modalides dentro da SHP, sendo que estando localizada no coração de Lisboa. É também de destacar o trabalho importantíssimo que têm feito no que toca a Equitação Terapêutica e Hipoterapia, como terapias complementares de patologias motoras e/ou cognitivas.
Outra entidade relevante na área da grande Lisboa é a Companhia das Lezírias (CL). É uma referência no panorama equestre porque é uma coudelaria e é das coudelarias mais referenciadas em Portugal mas são uma referência porque têm excelentes reprodutores, têm excelentes progenitoras e, portanto, dão aquilo que chamamos, na gíria equestre, excelentes produtos, ou seja, poldros que depois têm uma apetência natural para determinadas modalidades. Costumam participar nas provas de Modelos e Andamentos na Feira da Golegã (Feira Nacional do Cavalo) e são dos equídeos mais bem formados do país.
Tabela de valores comparativos sobre custos e manutenção de um cavalo
Aquisição | Manutenção (anual) | |
Cavalo | 1500€-6000€ | 800€ |
Cão | 0€-3000€ | 600€ |
Carro | 5000€-15000€ | 1000€ |
Moto-de-água | 10.000 a 25.000 | 800 |
Barco a motor | de 2.000 a 10.000 | 600 |