Recordamos o mundo fantástico e espampanante das revistas de literatura e arte de vanguarda do início do século XX: o dealbar de novas formas de modernidade, já pós industrial e prévia às grandes experiências de socialismo da primeira metade do século (União Soviética e Alemanha Nazi), que existiam numa atmosfera de vigor intelectual único e até agora pouco ou nada reeditado: manifestos surrealistas, futuristas e outros “istas” sucederam-se, vagas inaugurais daquilo que se entendiam serem novas eras para a arte eram propostas, e tudo era apresentado com uma inocência violenta, despreocupada e descomprometida com as avaliações presentes ou posteriores, e ao mesmo tempo um enorme sentido de sabedoria e de responsabilidade face às culturas anteriores, dado que qualquer um desses movimentos reconhecia bem as suas heranças. Deixamos aqui várias capas de revistas da década de vinte, de onde destacamos, por exemplo, uma incidência desse entusiasmo demolidor, quando num número da revolução surrrealista, o seu editor, Antonin Artaud, declara sem grandes dúvidas que está-se a entrar no ano que marca o “fim da era cristã”. Temos muito a aprender com estas manifestações. Desfrutem!
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