Todos os Sentidos: Erotismo em David Mourão-Ferreira

TODOS OS SENTIDOS: A POÉTICA DO EROTISMO NA POESIA DE DAVID Mourão-Ferreira. Texto de Ana Dias Viegas. Revisão de João N.S. Almeida. Imagens: obras de Egon Schiele. RESUMO: David Mourão ferreira ocupa um lugar cimeiro na cena cultural lusa. Sendo um dos expoentes máximos da poesia portuguesa da segunda metade do século XX, reúne na sua obra (extensiva a muitos outros campos para além da poesia) os sentidos mais profundos, no seu carácter polissémico, alinhados com o sentido do texto. Possuidor de uma personalidade complexa e fascinante (a qual se espelha na sua obra), dotado de um intelecto em efervescência ousada e ininterrupta, a sua sensibilidade invulgar na abordagem da palavra cria um espaço de sedução onde também jaz a intuição como analogia de um sexto sentido – a presença feminina. Neste ensaio, procede-se à análise do conto Os Amantes objetivando demostrar a presença de uma poética erótica na sua narrativa. Com todos e em todos os sentidos. PALAVRAS – CHAVE: Corpo; David Mourão-Ferreira; Erotismo; Memória; Poética; Morte; Mulher; Narrativa; Polissemia; Sentidos.

Nós temos cinco sentidos

São dois pares e meio de asas

– Como quereis o equilíbrio?[1]

1. Preliminares ou o sabor do saber

A resposta à questão em epígrafe configura-se na obra do próprio autor, dentro da qual encontramos um equilíbrio que transparece na sua forma, no seu conteúdo e na sua substância, podendo ler-se nesta premissa o gosto e a sensibilidade de David por legados e heranças da Antiguidade Clássica. De acordo com Marques (s/d : 6), “David Mourão – Ferreira foi um dos mais fecundos teorizadores da «Távola Redonda[2]» defendendo o equilíbrio, a coerência e a proporção entre os motivos e a técnica, entre os temas e as formas, procurando conciliar os valores da tradição e da modernidade (…).”; portanto, um esteta do equilíbrio. Não obstante, o autor mostra-nos como é possível encontrar tais valores, mesmo no caos, quando dá a conhecer o domínio da ambiguidade ou a poética do universo extasiante de Eros. Sempre Eros, na vida e na morte – o equilíbrio latente. No conto Os Amantes, de 1968, evidencia-se uma tensão ordem/caos (consubstanciada, também, por uma tensão intensamente erótica) – problemática que só encontra solução através do insólito no encadeamento diegético e por via de um código poético invulgar. Com um itinerário recorrente e obcecado, o erotismo, a morte e a memória configuram-se como a questão central e dominante do conto e não é raro depararmo-nos com o seu entrosamento, analogamente a corpos promíscuos. Com uma encenação linguística que vibra no intelecto, dela emergem implicações “histórico – eróticas”: que se assumem como vetores temáticos e ideológicos:

“(…) todo o registo erótico do relato poderia interpretar-se como a posse de um corpo diferente, marcado pela diferença de sexo e da cor, de rasgos étnicos. Por apropriar-se de uma pátria nova. Nesse processo de apropriação a distribuição genérica reproduz uma esquemática etnocêntrica e de poder masculino. Neste sentido o personagem feminino repõe o estereotipo da mulata. Como simbólica da terra e da pátria angolana, ela destaca-se pelo atributo sensual. Através de um fogo alheio ao ardente trópico (“Só então me surpreende que tenhas uma lareira em tua casa. Ninguém, por estes sítios, com este clima, pensaria numa coisa dessas”) se retorcem as raízes secas de uma identidade problemática.”

(Pasero, 1998:5).[3]

Assistimos à fecundação do real com uma fenomenologia do imaginário, começando, assim, a construção do labirinto existencial: memórias da guerra colonial e do corpo inquieto da mulher amada; da experiência da guerra vivida pelo sujeito e do desejo carnal. O universo diegético integra sempre uma espécie de sexto sentido, rasgos de intuição simbolizando a mulher – presença febril nesta poética – porque ela surge sempre associada à evocação de certa plenitude erótica, à evocação da melancolia da saciedade do amor ( omnis homo post amare triste[4] ) ou ainda, noutro extremo, associada à evocação da melancolia da corporalidade da ausência cujo “ (…) sentimento é o vazio que experimentamos na falta.”(Bataille, 1987:39).

2. Os dedos de Eros percorrem a escrita

Ainda que o foco aqui seja o erotismo, não podemos abster-nos de sinalizar o reducionismo ao erotismo literal que se anexou, de modo limitante e limitado, ao autor, visto que em toda a sua obra também se efetivam questões de mundividência, de catarse do sujeito auto reflexivo e do confronto do corpo com o mundo (não esquecendo que narrar também funciona como processo catártico). Mas mesmo que o foco aqui seja sobre o erotismo, todas estas aceções estão implícitas na sua poética e todas elas acabam por ser erotizadas, quer pelo escritor, quer pelo leitor-confidente – estatuto no qual David Mourão coloca o leitor. Contudo, o intimismo que o protagonista cultiva é inteiramente relativo à mulher – esta é a alavanca que dá ímpeto ao seu pensamento pois existe a necessidade de (nas palavras do autor coreano Byung – Chul Han):

“(…) uma presença íntima no pensamento, uma condição de possibilidade do próprio pensar, uma categoria viva, uma vivência transcendental. Em sentido enfático, o pensamento só se eleva mesmo a partir de Eros. Para poder pensar, é preciso antes ter sido um amigo, um amante. Sem Eros, o pensamento perde toda e qualquer vitalidade, toda a inquietação e se torna repetitivo, reativo.”

(HAN, 2017:45).

Os Amantes desenvolve-se numa estrutura em espiral alicerçada em recordações que se entrelaçam com o presente, usando como recurso narrativo a analepse e convergindo para a ideia de que “Na memória, o passado se transforma constantemente. É um processo progressivo, vivo, narrativo.” (HAN, 2017:16). As fotografias servem de ponte entre o passado, retratado desde o nascimento do sujeito, e o tempo presente que se atualiza em permanente sincronia. Um filme mental que requer não a imagem, mas a imaginação; contexto onde a palavra adquire o estatuto de “agent provocateur” pela sua ousadia formal, de conteúdo e de substância . Um texto–corpus exaltado (e excitado): o sentido do texto que se reflecte na exaltação dos sentidos e cria um ambiente de, nas palavras do crítico José Carlos Pereira:

“(…) vacilação da identidade, ambiente apocalíptico, vertigem do percurso; reflexo da vacilação da identidade do sujeito nos processos narrativos e na fluidez dos nexos entre a narrativa e a ficção; extratemporalidade do narrador e predomínio da repetição; o fantástico como desdobrar de mapas de uma geografia e de uma história inéditas instauradas pelo tempo como «máquina de viajar» no tempo ou no espaço.”(Pereira, 1997:417).

Se “No princípio era o verbo (…)”[5], é por via da materialização da palavra que a sequência das ideias acontece. “(…) O autor, doravante referido pelo nome próprio de David, exaltará insistentemente o poder encantatório das palavras, o seu esplendor físico, mas também a multiplicidade de sentidos que nelas e por elas se geram (…)” (Mateus, 2009:70). A poesia davidiana requer, frequentemente, um glossário de alusões para a compreensão do universo cultural dos poemas; mas, nesta narrativa, o que se convoca é um glossário do universo histórico-social conduzindo o leitor a espaços diversos: espaços de morte, de delírio e de memória, mas todos eles tocados pelos dedos de Eros que percorrem a escrita num movimento de flagrante sensualidade, estruturando-a através das metáforas (“e é logo a língua de uma labareda”, Mourão-Ferreira, 1981:1155), das antíteses (“vagarosamente ao longo de ti, num ritmado movimento”, Idem:143), das comparações (“Não sei se principias a gemer, se é a lenha a crepitar mais alto”, Idem:143) e das imagens (“É uma intricada confusão de braços e de pernas, de nádegas, de flancos, de ombros, e de peitos, de joelhos, de bocas, de cabelos, de pêlos, de sinais”,, Idem:143).

3. A música dos corpos

O ritmo ansioso do texto acompanha os (com)passos do próprio acto sexual num crescendo que, previsivelmente, terminará com a explosão do universo para, logo a seguir, entrar na cadência da música dos corpos – modelo gerador de silêncios. Cada palavra é volátil como a mão que escreve o desejo, seguindo o embalo rítmico da atmosfera do texto. E é deste modo que o tema evolui. O sentido do texto e a sua velocidade vão-se revelando numa pauta trémula onde a profusão de imagens conduz à sobreposição do tempo, matéria e movimento: presente com passado (aqui entramos no jogo da dupla exposição textual), morte com amor, corpo com corpo inscrevendo recursos retórico-estilísticos, estruturas, vocabulários, palavras. Ou, simplesmente, um modo de dizer. A dinâmica textual consubstancia-se como padrão visto que (de acordo com Maria de Fátima Mourinho):

“Em todas as obras em prosa de David Mourão-Ferreira, se explora a mesma sensação de insegurança e de dúvida. A ausência de linearidade, as evidentes circularidades claustrofóbicas, as intrigas insidiosas e tortuosas concorrem para estabelecer um universo repleto de personagens angustiadas e desesperadas, incapazes de traçarem um destino harmonioso e feliz.”(Mourinho, s/d:84)

– e esta é a imagem plasmada em Os Amantes. Trata-se de um jogo poético, mas, também, de um jogo amoroso. Sendo factual o culto erótico por parte de David, essencialmente no vocabulário e imagens que fluem para o desnudamento desta poética, a revelação do corpus do texto persiste nas palavras que o despem, como um círculo vicioso e viciado: corpo, flanco, entrega, gemido, boca mulher, morte. “O erotismo dos corpos e a busca do amor encontra a sua tradução especular no erotismo das palavras surpreendidas na sua «nudez» ou materialidade física.” (Mateus, 2009:69). Numa sequência de ritmo compulsivo que culmina com a mais profunda sobreposição – a grande sobre a pequena morte, a petit mort, correspondente na gíria francesa ao clímax sexual. Mormente a morte.

4.Tanatos sobre Eros ou a penetração da morte

Subtil e enigmático é esse enlace do amor com a morte. Prolixo em modos eróticos, configura-se através da experiência da escrita. Em Os Amantes, tal como em toda a obra poética de David, detecta-se o eixo temático do amor e da morte, aliás, David foi apelidado como Um esteta do amor e da morte.[6] “A obra davidiana edifica-se sobre um complexo sistema de vasos comunicantes, orquestrados pela memória interna da obra em contraponto de harmonizações sinfónicas ou simbólicas” (Marques, s/d:7). Nesta narrativa, Eros é imanente e permanente, rejeitando o brilho do momento que se expõe na volúpia de duração limitada, efémera. Vinca-se a “(…) necessidade de romper com o efémero do sexual por meio da eternização dos instantes, fabricando uma escrita sensual (…)” (Cortez, 2009:24). Neste conto, os sentidos de Eros (na acepção polissémica da palavra) apenas cessam com a penetração da morte. Contudo, nada se sabe deste post mortem que, por hipótese, pode encerrar a mais sigilosa poética do coração que busca – David nunca vai de encontro ao horizonte de expectativas. Ultrapassa-o. Real e simbolicamente, porque:

“(…) aqui a palavra adquire um sentido simbólico: a acção impede que a «paixão» seja total, pois a paixão é “o que sofremos” – no caso extremo a morte. Em outras palavras, esta acção é um novo adiamento da paixão, ou seja, a prorrogação da morte.”

(Rougemont, 1988:38)

E a morte que se instala sobre Eros torna-se fecundante, pois:

“É um modo de purificar o que subsistia de espontâneo, de animal e de activo no desejo. Vitória da «paixão» sobre a morte. Triunfo da morte sobre a vida.”

(Rougemont, 1988:39).

E dela podem jorrar as mais diversas expressões do erotismo literário nas quais os sentidos, uma vez mais na sua vertente polissémica, ultrapassam a razão. No itinerário de Os Amantes, o começo dá-se com a nota erótica que pontua todo o conto: e até mesmo durante o acto sexual há visões tensas de alucinação da morte que, num ritmo nervoso ( e neurótico, porque não dizê-lo?), contagia todo o conto. O resultado é uma visão caleidoscópica cuja transformação sucede em explosões de imagens que espalham e espelham uma dimensão de caos que se resolve limpidamente: “E finalmente deito-me a teu lado. Não sei bem se a teu lado ou se dentro de ti.” (Mourão-Ferreira, 1983:159)

5. Sexto sentido ou sexo sentido – o desígnio feminino

O universo de David Mourão-Ferreira é feminino. Mesmo neste conto, onde pesa a questão da guerra colonial, a narrativa escreve-se inscreve-se no corpo da mulher numa formulação erótica que regista o desejo na sua dimensão discursiva ao jeito de uma canalização no rito erótico, ou seja, “Genericamente, as personagens femininas têm um papel relevante e poderemos afirmar que é por elas e através delas que se delineia a trama e que o discurso se estrutura nos diversos contos (…)” (Mourinho, s/d:79) e este conto não é excepção. Em Os Amantes o eixo não é velado, mas, ainda assim, possui o toque de Eros numa nada discreta, mas concreta, delicadeza (“Lévinas[7] interpreta tanto as carícias como a volúpia como figura da cupidez erótica.”) (Han, 2017:16). David oferece-nos, aqui, um protótipo das relações humanas com génese numa ligação erótica na qual a linguagem corporal e as sensações do ato sexual oferecem coordenadas estéticas que permitem a criação e uma leitura no domínio erótico, mas, também, no domínio político implícito no texto que fica, assim, tatuado pelo dialogismo e pela auto – reflexividade. A construção do texto dá-se sob o signo de uma arquitectura textual na qual o edifício socio – ideológico é alicerçado pela atmosfera erótica que atravessa todo conto. Não obstante, a mulher não é apenas corpo, fascínio, desafio, mas, também, substância etérea – sonho, ausência, vulnerabilidade e contemplação estética. A mulher já não é o objeto de desejo, mas sim o próprio desejo. O fascínio de David pelo eixo temático da mulher, para além de potencial poético que apresenta, deriva da acepção de que o “(…) ser indiferenciado da mulher , o anseio todavia não satisfeito nela de uma relação mais íntima e intensa que todas as paixões, assegura ao erotismo da mulher a sua mais profunda beleza; ela vive o erótico de outra forma, a sua physis e a sua psyché refletem-no de forma distinta e por fim deve ser julgada com critério distinto quando essa beleza não fica intacta.”[8] (Andreas-Salomé, 1983:11). O eterno em modo feminino – a chave que decifra o código amoroso.

6. Considerações finais – O desejo da palavra

O conceito de terrebilità[9], que surgiu a propósito das esculturas de Miguel Ângelo, fala-nos das sensações de espanto suscitadas pela força, fúria, potência e vigor dos corpos moldados na pedra. Assim é a poética de David no conto que este ensaio se propôs analisar. De facto, em David, a “materialização dos corpos na pedra”, faz-se pela palavra e esta provoca o espanto porque faz parte dela a substância poética que o autor lhe derrama. A força, a potência, a fúria e o vigor dos corpos (o desejo) nesta narrativa, são poéticos pela sensualidade do erotismo neles vigente. Em Os Amantes, a imagem não é exclusiva do visível, aliás, o autor tem a habilidade e capacidade de dar a ver imagens através da palavra e, ainda que a sequência dos acontecimentos não seja linear, é, também, este jogo anacrónico que faz parte da construção poética e do jogo erótico. “Um poeta é sempre um poeta mesmo com um romance”[10] – permitimo-nos registar a opção do conto como alternativa ao romance. De facto, do mesmo modo que Midas transformava tudo o que tocava em ouro, David com o seu toque sensível e fértil em sapiência, visto que “(…) não há experiência do «poético» que não se revele sob o signo do conhecimento ou que não surja esteticamente configurada.”(Mourão-Ferreira, 2009:16), conseguia tingir, em qualquer tipo de escrito, a sua veia poética. Fica assim demostrado como este território textual (do conto em causa) é eminentemente poético. Do mesmo modo, todos os sentidos concorrem para a construção dos vários sentidos do texto. Nesta narrativa, David dá-nos a conhecer o itinerário de uma vida que se vai revelando como as fotos que vão aparecendo no decorrer da narrativa. Narrador na primeira pessoa, por isso tão dual, tão humano: o encontro do desencontro, a proximidade da distância, o medo da coragem, a confiança desconfiada. Oxímeros existenciais. Poeticamente, o sentido da vida.

David Mourão-Ferreira, numa foto de Nuno Calvet.

BIBLIOGRAFIA

Ativa:

MOURÃO–FERREIRA, David. Os Amantes e Outros Contos. Lisboa: Publicações D. Quixote,1991. 

Passiva:

ANDREAS – SALOMÉ, Lou. El erotismo. S / l: German 25, 1983. 

Cortez, António Carlos. “Três coordenadas de releitura da poesia de David Mourão Ferreira”, In Relâmpago, nº4, Lisboa: Fundação Luís Neiva, 2009. 

BATTAILLE, Georges. O Erotismo. Portalegre: L&PM, 1987 

HAN, Byung – Chul. Agonia de Eros. Petrópolis: Vozes, 2017 

Mateus, Isabel Cristina. “O colar de Xerazade: sedução e grotesco na poética de David MourãoFerreira”, In Relâmpago, nº4, Lisboa: Fundação Luís Neiva, 2009. 

Mourão-Ferreira, David.” Definição de Poesia”, In Relâmpago, nº4, Lisboa: Fundação Luís Neiva, 2009. 

Mourão-Ferreira, David. Obra poética (1948-1995). Lisboa: Assírio & Alvim, 2019. 

Pereira, José Carlos. “Apontamentos sobre a fortuna crítica da obra poética e narrativa de David Mourão – Ferreira”, In Colóquio / Letras, nº 145 / 146, Jul. 1997, pp. 407 – 434. 

Pereira, Maria Helena da Rocha. “Permanência clássica na poesia de David Mourão – Ferreira”, In Colóquio / Letras, nº 145 / 146, Jul. 1997, pp. 231 – 246. 

RODRIGUES, Urbano Tavares. “David Mourão – Ferreira e a Europa: um esteta do amor e da morte”, In Colóquio / Letras, 145/ 146, Jul. 1997, pp.120 – 124. 

Rougemont, Denis. O Amor e o Ocidente. Rio de Janeiro: Guanabara, 1988. 

Webografia:

PASERO, Carlos Alberto. Política y discurso em “Os Amantes” de David Mourão-Ferreira. Buenos Aires: Universidade Argentina de la Empresa, 1998 consultado em 17 junho de 2022. 

https://www.academia.edu/42693605/POL%C3%8DTICA_Y_DISCURSO_EN_OS_AMANTES_DE_DAVID_MOUR%C3%83O_FERREIRA_PASERO_C_A_1998_

Marques, Teresa Martins. Evocação de David Mourão Ferreira ( 1927 – 1996 ). s / l, s / e, s / consultado em 2 de junho de 2022 https://repositorio.ul.pt/bitstream/10451/29093/1/teresa_martins_Marques.pdf

Mourinho, Maria de Fátima. Ligações inconclusivas e incertas. Sobre a prosa de David Mourão – Ferreira, in Portfolio. Cascais: Cascais Interartes, s/d. consultado em 14 de junho de 2022. 

https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/139779/2/531860.pdf

Referências:

  1. Mourão – Ferreira, David. Obra poética. Lisboa: Porto Editora

  2. Uma das mais marcantes revistas portuguesas literárias dos anos 50.

  3. “(…) todo el registro erótico del relato podría interpretarse como poseer un cuerpo diferente, marcado por la diferencia de sexo y de color, de los rasgos étnicos. Por apropiarse de una patria nueva. En ese proceso de apropiación la distribución genérica reproduce una esquemática etnocéntrica y de poder masculino. En este sentido, el personaje femenino repone el estereotipo de la mulata. Como simbólica de la tierra y de la patria angolana, ella resalta por el atributo sensual. Y en medio de un fuego aparentemente ajeno al ardiente trópico (“Só então me surpreende que tenhas uma lareira em tua casa. Ninguém, por estes sítios, com este clima, pensaria uma coisa dessas”. P. 157). Se retuercen las raíces secasde una identidade problemática.”

  4. Todo o homem depois de amar é triste.

  5. Abertura do primeiro capítulo do Evangelho de João no qual é retomado o tema da criação do mundo.

  6. Título do ensaio de Urbano Tavares Rodrigues publicado na revista Colóquio/Letras nº 145/146.

  7. Emmanuel Lévinas (1906-1995), filósofo francês bastante influenciado pela fenomenologia de Edmund Husserl,  de quem foi tradutor, assim como pelas obras de Martin Heidegger  e Franz Rosenzweig.

  8. “(…) ser indiferenciado de la mujer, el anhelo todavía no apagado en ella de una relación siempre más íntima y intensa de todas las pasiones asegura al erotismo de la mujer su más honda belleza; ella vive lo erótico de otra forma, su physis y su psyché lo reflejan de forma distinta y por ende debe ser juzgada con criterio distinto cuando esa belleza no queda intacta.

  9. É um vocábulo italiano que os contemporâneos do artista Miguel Ângelo Buonarroti, no século XVI, utilizaram para definir o seu estilo grandioso.

  10. Título do ensaio de Luís Mourão na revista Relâmpago nº9, de 2009