25 Desenhos para o 25 de Abril

Ceifeira.
Carga policial. 
Um disco de José Afonso, ou melhor, a capa de um disco. Uma memória.
Uma história, ou melhor, o começo da história.
Uma reunião de estudantes, em que se discutiu « como combater o fascismo ». 
Medo.
“A cadeira que fez aquilo que a bomba não fez”
Ocupação na reforma agrária.
Otelo.
Cravo Punho.
A fuga dos fascistas: nesse dia, em 1974, uns ministros se esconderam numa sala recôndita de um ministério do Terreiro do Paço. Depois, escavaram um buraco para a rua e fugiram com a ajuda de uma escada. É essa divertida peripécia que eu represento neste desenho em 3D.
Um poema visual.
Um soldado a retirar uma fotografia da parede . Não está a colocar uma fotografia na parede, não se iludam.
Povo na chaimite.
Adriano Correia de Oliveira.
Ceci n’est pas une pipe.
Francisco Sousa Tavares sobe para uma guarita e fala às massas, anunciando a rendição de Marcelo. Não deste Marcelo, do outro, claro.  O Sousa Tavares vestia um impecável fato cinza , com um lenço de seda no bolso da frente.
O momento em que os revolucionários começaram a ser aplaudidos pela multidão, que devia ter ficado em casa , mas não ficou.
Os manifestantes desfraldam uma enorme bandeira vermelha, perante a estupefação dos polícias.
“Um pide em cuecas”. Os militares deviam revistar os pides para verificar se levavam armas.  Esta cena foi real, mas eu resolvi não retratar o verdadeiro pide, que era gordinho e tinha uma barriguinha . Por razões estéticas, desenhei um tipo mais elegante. Liberdades de artista.
José Afonso.
O o primeiro telejornal não censurado. O Balsinha e o Fialho Gouveia puderam ler as notícias sem que ninguém lhes dissesse, “isto sim, isto não”.
Salgueiro Maia.
“O Preso de Caxias”. Entristece-me dizer que ninguém   adivinhou quem seria, mas é o Palma Inácio, esse mesmo. Aqui o podem ver no dia da sua libertação. “Ou saem todos, ou não sai nenhum!” disseram os presos.
O cravo gigante.
É verdade que a partir de determinada ocasião as coisas não corriam tão bem. Os jornalistas inventavam notícias, o militares enervavam-se, os espiões eram mais do que as moscas. Então, um dia, um jovem capitão teve de ler um comunicado, com a sua voz serena, para acalmar os mais agitados.